quinta-feira, 29 de maio de 2008

Golpe de R$1 milhão

Força-tarefa desarticula esquema fraudulento de licenciamento de carros, envolvendo três locadoras na Bahia
Marcelo Brandão Correio da Bahia
Um esquema fraudulento de licenciamento de carros, que sonegou cerca de R$1 milhão em impostos na Bahia, foi desarticulado por uma força-tarefa envolvendo Ministério Público Estadual, Polícia Civil e Secretaria da Fazenda. A Operação IPVA foi deflagrada ontem, em Salvador, Lauro de Freitas, na região metropolitana, e Ilhéus, no sul do estado. Três empresas de locação de veículos acusadas de praticar as fraudes tiveram carros, computadores e documentos recolhidos, em cumprimento a mandados de busca e apreensão expedidos pela juíza Liz Resende, da 2ª Vara Especializada Criminal da Comarca de Salvador.

A promotora Ana Rita Nascimento, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), que coordenou as investigações, afirmou que cerca de 600 carros foram emplacados de forma fraudulenta no estado do Tocantins, onde a alíquota do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é bem mais baixa do que na Bahia. A força-tarefa continuará investigando para verificar se outras empresas do segmento também cometem este tipo de fraude, já que os carros de muitas locadoras de Salvador usam placa de outros estados.

O esquema foi descoberto por promotores públicos de Tocantins, que avisaram ao Ministério Público da Bahia, em outubro do ano passado. Segundo a denúncia, os carros eram comprados em lojas baianas, emplacados em Palmas, mas acabavam sendo usados em Salvador, Lauro de Freitas e Ilhéus. Os emplacamentos fraudulentos eram feitos por meio de empresas “fantasmas”, que funcionavam no escritório da despachante tocantinense Rúbia Rosa Kern, acusada de ser integrante da quadrilha, que enviava as placas para Salvador pelos Correios.

A denúncia recebida pelo MPE foi investigada em parceria com a Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), Superintendência de Inteligência da Polícia Civil e Secretaria da Fazenda do estado (Sefaz-Ba). A força-tarefa identificou as empresas Vip Rent a car, situada na orla de Pituaçu, que mantém uma filial em Ilhéus; Lupa Transportes e Serviços, sediada no bairro de Armação; e a Opencar Transportes e Serviço, no município de Lauro de Freitas.

As empresas compravam carros na Bahia, onde a alíquota única do IPVA é de 2,5% sobre o valor total do veículo, e depois emplacavam em Tocantins, onde donos de frota têm direito a alíquota zero. Quando vencia o emplacamento anual, o licenciamento era renovado, mantendo-se o endereço falso em Palmas para evitar o imposto mais alto.

A Operação IPVA foi coordenada por cinco delegados da Polícia Civil, apoiados por vários policiais. Nos quatro endereços onde funcionavam as locadoras na Bahia, a polícia apreendeu cerca de 20 carros, todos com placas do Tocantins, vários documentos e computadores. A promotora Ana Rita Nascimento disse que o material apreendido será usado para provar os crimes de sonegação fiscal e formação de quadrilha.

Na sede da Vip Rent a Car, situada na Avenida Octávio Mangabeira, trecho do bairro de Pituaçu, os policiais apreenderam mais de dez carros, além de documentos e computadores. O proprietário Emmanuel Vargas Leal Filho estava na empresa, mas preferiu não conversar com a imprensa, segundo informou a secretária de prenome Fátima. Já na locadora de veículos Lupa, sediada na Rua Anquises Reis, em Armação, a gerente de prenome Bruna disse, por telefone, que os responsáveis pela empresa não iriam se manifestar. Na Opencard, instalada no Condomínio Ponto Verde, Estrada do Coco, em Lauro de Freitas, ninguém atendia ao telefone.

O delegado Cleandro Pimenta, titular da Dececap, explicou que vai concluir o inquérito policial e remetê-lo ao MPE, onde os responsáveis devem ser denunciados por formação de quadrilha e sonegação fiscal. A promotora Ana Rita disse que o crime de sonegação tributária prevê penas entre dois e cinco anos de reclusão. O superintendente de Administração tributária da Secretaria da Fazenda, Cláudio Meireles, lembrou que, entre os cerca de R$1 milhão que deixaram de ser arrecadados em impostos na Bahia, metade pertence ao estado e a outra parte seria repassada aos cofres municipais de Salvador.


Sindicato se exime de baderna nas Sete Portas

George Brito e Redação, A tarde

Após a confusão na última terça-feira, dirigentes do Sindicato dos Rodoviários da Bahia e autodenominados líderes da oposição sindical se eximiram de culpa pelo transtorno causado nas Sete Portas e trocaram acusações. O movimento dos ônibus foi normal, mostrando que prevaleceu a decisão do sindicato de aceitar os 5% oferecidos pelos empresários do segmento.

Os dirigentes sindicais negaram que tenham ignorado a decisão da categoria e alegam que a maioria eram desempregados e taxistas mobilizados pela oposição para causar o tumulto. “Não ignoramos a votação, o que aconteceu foi que o mesmo grupo que fez a baderna em 2006 compareceu para tumultuar. Eles têm interesse na greve, porque estão desempregados e muitos também trabalham com transporte particular”, acusou Manoel Machado, presidente do sindicato. “Aquele que você viu subir no ônibus há 20 anos não dá um prego no sabão”, disse o diretor Ubijara Sales, em referência a José Leite, que gritou palavras de ordem sobre o veículo.

Por sua vez, Leite questiona a decisão considerada unilateral tomada terça-feira pela direção, segundo ele sem o aval da maioria presente na assembléia. Ele diz que pretende entrar com representação no Ministério Público do Trabalho (MPT) para que o acordo salarial seja anulado. Também chegou a falar em quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos dirigentes.

“Vou pedir a quebra ao Ministério Público”, afirmou. O processo de quebra de sigilo pode ser provocado pelo MP, mas só a Justiça pode autorizá-lo. Até esta quarta, nenhuma representação tinha chegado ao MPT. Leite diz que ainda está colhendo as assinaturas para o abaixo-assinado que fundamentará a ação.

Leite, que diz ter sido diretor sindical por 12 anos, negou que tenha inflado os manifestantes que causaram os transtornos. “Pelo contrário, eu que os acalmei. Quando cheguei à assembléia, eles já tinham decidido pelo acordo”, argumenta. Ele também põe em xeque a lisura do repasse feito pelos empresários à direção sindical, para que esta gerencie os recursos e contrate as seguradoras do plano de saúde.

Repasse – O representante do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Jorge Castro, estranhou a suspeita e explicou que o repasse está previsto em cláusula contratual firmada entre as partes há dez anos. “É assim que funciona desde 1998. Inclusive o José Leite era o diretor. Todos os rodoviários sabem”, afirmou.

Segundo Castro, o empresariado aceitou a proposta de 5% porque o secretário municipal de Transporte e Infra-estrutura (Setin), Almir Melo Júnior, comprometeu-se a batalhar pela desoneração da tarifa, começando por uma audiência com o secretário estadual de Administração, Manoel Vitório. “Vamos negociar com o Estado a redução de ICMS de 18% para 5%”, disse Melo. Quanto aos 5%, Melo explicou que, “diante da inflexibilidade dos empresários, foi um número razoável, porque ainda estava acima da inflação, de 4,78%”.

Clarissa Borges, do A TARDE On Line

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O Taboão não é mais o mesmo. A ladeira que testemunhou a Revolta dos Malês e as peripécias e a morte de Quincas Berro D’ Água, célebre personagem das páginas do escritor Jorge Amado, vive dias tristes. Casarões em situação precária, pavimentação destruída, população convivendo com assaltantes e traficantes e nem sinal de uma revitalização há tempos prometida pelos poderes públicos. O retrato é dos próprios moradores e comerciantes, para quem abandono é a palavra que melhor descreve a situação.

A conseqüência da falta de cuidados é que o antigo centro comercial – localizado no centro Histórico de Salvador, tombado como patrimônio da humanidade – já não ostenta a mesma movimentação intensa dos bons tempos. “Aqui, a gente fica entregue às baratas”, resume Jorge Luis Santana, proprietário da sapataria Rápido Bahiano, que funciona no Taboão desde 1942 e, segundo ele, é a mais antiga da área. Ainda disso, a região se mantém como referência em artigos para estofamentos, couro, tapeçaria, tecidos colchões e sapatarias.

Há mais de 47 anos trabalhando no local com o ofício legado pelo pai, o sapateiro aponta a falta de segurança como o principal problema da região. Desolado, ele conta que assiste, todos os dias, à contínua degradação da Ladeira do Taboão, tomada por marginais. A falta de iluminação é outro problema que assola os que persistem em manter comércio e residências no local. “O pior é que a Prefeitura coloca as lâmpadas e eles roubam”, revela indignado. O comerciante diz que também é vítima do vandalismo. “Do meu telhado, arrancaram o zinco”, denuncia.

O dono de uma casa de carimbos e cartuchos para impressoras Jorge Souza, concorda. “Aqui a gente convive com os ladrões, eles assaltam aqui e correm aí por cima, ninguém pega”, diz, apontando um dos casarões da ladeira, que dá acesso a um matagal. Souza explica que, com a má fama do local, precisa driblar os problemas para não perder clientes. “Às vezes por telefone o cliente fica sabendo que a loja fica no Taboão e desiste, aí eu digo que pode vir durante o dia, o perigo é maior à noite”, revela.

A funcionária da Associação dos Comerciantes do Taboão, Cláudia Silva, endossa as queixas e enumera outros dissabores dos lojistas. Alem da insegurança, o calçamento danificado e a limpeza precária também afastam os compradores, acredita. “Aqui não tem muito assalto às lojas, mas na rua, a gente vê sempre, principalmente aos turistas”, conta.

Prejuízos - Para o sapateiro e artesão de couro Dílson Ferreira , que mantém sua oficina há 36 anos no mesmo ponto, a situação nunca esteve tão ruim. Segundo ele, o movimento já caiu quase 50% nos últimos dois anos. “Se você olhar bem, vai ver que quanto mais vai descendo, a coisa vai ficando pior”, destaca.

Moradora do Taboão há 40 anos, a aposentada Lucília Conceição diz que o problema com as ruínas não é só estético. Elas favorecem a marginalidade. “Os gringos passam e eles levam tudo, depois fogem pela escada”, aponta. Com tristeza, ela lamenta o abandono. “Policiamento aqui, ninguém vê”. Além disso, teme os desabamentos. “Há pouco tempo, desabou um portão de ferro e um muro”, lembra.

Após contato da reportagem do A TARDE On Line, o titular da Superintendência de Manutenção e Conservação da Cidade (Sumac), Luciano Valladares, prometeu, por meio da assessoria de imprensa do órgão, enviar uma equipe ao local para providenciar a recuperação do pavimento na área até o final desta semana.

"Salvador está na contramão da história"

Saymon Nascimento, do A TARDE On Line
O professor doutor Juan Moreno Delgado é coordenador do curso de Urbanismo da Universidade do Estado da Bahia. Peruano de nascimento, mora em Salvador há seis anos, e dedica-se à pesquisa de políticas de transporte e de uso do solo. Preocupado com o destino da "nossa cidade" - como ele se refere à capital -, Delgado disse, em entrevista ao A Tarde On Line, acreditar que a organização da cidade em pólos centralizadores vai contra a tendência mundial, e que essa concentração urbana pode levar Salvador à insustentabilidade. Confira:

A TARDE On Line - O senhor defende a idéia de que Salvador está crescendo de uma maneira oposta à sustentabilidade. O que quer dizer com isso?

Juan Delgado -
Estamos na contramão da história. A tendência mundial é construir cidades descentralizadas, que são sustentáveis e têm uma relação harmônica com o ambiente. Salvador é uma cidade fortemente centralizada. Isto se pode perceber na região das avenidas Tancredo Neves e ACM, no Iguatemi, onde temos uma grande concentração de atividades urbanas, comércio, serviço e grandes empregadores. o que provoca um grande número de viagens de carro. A maior freqüência de ônibus urbanos da cidade também está nesse eixo - são mais de 500 no sentido centro por hora, nos momentos de pico.

On Line - Como essa concentração afeta a sustentabilidade?

JD -
Uma cidade como a nossa, que tem uma rede viária vulnerável, ruas estreitas, relevo topográfico complexo e difícil não pode ter como opção fortalecer o transporte privado - os carros. É isso que acontece quando se aprova a construção de shoppings e complexos habitacionais de maneira concentrada. O pior é que nessa área do Iguatemi teremos em breve cinco shoppings de grande porte, que vão causar impactos ambientais num curto prazo. A cidade não vai suportar as viagens de carro provocadas por esses shoppings. Os shoppings estão fortemente articulados com a cultura do carro e isso vai reforçar a centralidade de Salvador. Isso só acontece aqui porque não há articulação entre política de transporte e política de uso do solo. Não se pode aprovar nada sem a avaliação do impacto no complexo viário.

On Line - O que se deve fazer então?

JD -
A cidade deve promover o transporte coletivo de massa e alta capacidade: metrô, corredores de ônibus, trens urbanos. Estamos fazendo o contrário, promovendo meios de transporte de baixa capacidade, que consomem muito espaço para transportar uma pessoa por vez. Os danos provocados pela saturação de carros são percebidos em três aspectos: maior perda de tempo, maior gasto de energia - e com isso, poluição -, e desperdício no uso do espaço. Por isso temos que restringir o uso de carros em Salvador.

On Line - O senhor defende o rodízio, como o adotado em São Paulo?

JD -
Não, o rodízio mostrou não ser adequado à realidade sulamericana. Precisamos de uma política de restrição ao uso de carros por meio de taxas. Em áreas centrais, de maior congestionamento, o carro paga pedágio para passar. O dinheiro arrecadado financia o transporte público. Há variações: pode-se favorecer, em corredores especiais, o uso do carro com maior capacidade. Desse jeito, carros com dois ou três passageiros pagam menos taxas do que aquele que só serve a uma pessoa. Do mesmo jeito, nos shoppings, o estacionamento não pode ser gratuito, porque isso incentiva as pessoas a usarem o carro e não o transporte público. No mundo todo, isso já está em prática, mas não aqui. O uso indiscriminado do carro cria problemas ambientais, invade o espaço do pedestre, do ciclista e motociclista.

On Line - Os problemas de tráfego não poderiam ser resolvidos com grandes obras viárias?

JD -
Obras voltadas para transporte privado só reforçam o uso do carro e Salvador tem problemas graves nesse sentido. A rede viária é incompleta, tem vários problemas de falta de conexão e falta de caminhos alternativos. Não há, por exemplo um caminho rápido da orla da baía de Todos os Santos para a orla atlântica. Em várias interseções estratégicas da cidade deveriam se construídos rotatórias e trevos. Ainda assim, toda essa infraestrutura nova deve ser montada exclusivamente para ônibus, de massa. Os problemas de Salvador não requerem apenas soluções tecnológicas, requerem trabaho do espaço urbano. Temos viagens urbanas de uma hora, uma hora e vinte minutos. Uma cidade planejada minimiza o tempo perdido.

On Line - Em que medida o senhor acha que o projeto do metrô pode ajudar a melhorar o tráfego da cidade?

JD -
Só haverá melhora nas condições de sustentabilidade da cidade na medida em que as pessoas deixem de usar os módulos de menor capacidade, como o carro, para usar o metrô. A grande barreira para o sucesso do metrô em Salvador é a microacessibilidade. Como resolver de que forma os pedestres, usuários de carro, etc, vão chegar às estações e usufruir as vantagens dessa estrutura? Por exemplo: como um morador de Vila Laura vai chegar à estação da Rótula do Abacaxi? Essas questões operacionais ainda não foram discutidas com a comunidade, ou com os foros técnicos.

On Line - Como resolver essa questão?

JD -
Para melhorar a microacessibilidade, numa cidade com o relevo tão acidentado quanto Salvador, é preciso articular as vias de vale com as vias mais elevadas. Uma rede de planos inclinados e elevadores seria fundamental para solucionar esses problemas de Salvador, não apenas na região do metrô. Por exemplo, não há comunicação entre as avenidas Dom João VI e Ogunjá. As pessoas poderiam caminhar e evitar pegar mais um ônibus. Os planos inclinados são mais ecológicos, ambientalmente corretos.

On Line - Qual a sua avaliação do PDDU?

JD -
Eu acho que as propostas para a rede de transportes de Salvador não foram amplamente discutidas, nem com a comuidade, nem com os especialistas. A equipe de planejamento do PDDU deveria ter fornecido cenários para serem analisados, com diversas combinações de transporte que poderiam ser implementados em Salvador a curto prazo. O PDDU foi aprovado e não temos um panorama da gestão e da infra-estrutura da cidade, ou dos modelos de expansão urbana. Primeiro você define os conceitos, mas o PDDU foi aprovado cláusula a cláusula. A organização espacial descentralizada que a cidade precisa nunca foi discutida, muito menos o sistema de transporte adequado a esse modelo. Não sou intimista em relação ao PDDU justamente porque não integraram as políticas de transporte às políticas de uso do solo.

On Line - Qual a conseqüência do aumento do gabarito da Orla para o transporte urbano de Salvador?

Jd -
Levantar o gabarito da Orla vai criar um grande pólo gerador de viagens individuais de carro, porque muito mais gente vai morar por lá. As vias da orla e as tranversais já estão saturadas, e não têm capacidade para absorver esse aumento. Sem contar com o impacto na vida das pessoas que moram em Itapuã, ou Piatã, que são regiões densas. Eles vão enfrentar muitos problemas com engarrafamento. O problema disso tudo é que não dá para fazer propostas de grande impacto na cidade sem dados sérios, sem pesquisa. Em relação ao transporte, por exemplo, a última pesquisa de origem-destino é de 1995. Esse levantamento mostra as viagens das pessoas e movimentação delas na cidade, e é necessário quando se pensa o plano viário.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Decretado estado de emergência na saúde

O prefeito de Salvador, João Henrique, decretou nesta terça-feira (27) estado de emergência no setor de saúde. No decreto, o prefeito alega que o município teve que assumir, por decisão da Justiça, a gestão direta de vários serviços, sem poder terceirizar a contratação de médicos e a manutenção de equipamentos. Isso teria dificultado ainda mais a administração do setor que passa, de acordo com a própria prefeitura, por uma grave crise.

Segundo a assessoria, com o estado de emergência vai ser possível a contratação temporária de médicos e de profissionais para o serviço de manutenção de equipamentos, sem licitação ou concurso.

Preço do carro popular sobe até 32% em três anos

Apesar da elevação, a procura continua crescendo em Salvador, onde as filas de espera chegam a 60 dias
Graciela Alvarez
Quem está pretendendo comprar um carro zero-quilômetro já deve ter percebido que os preços nunca estiveram tão caros no Brasil. A situação é ainda mais notória quando o assunto é carro popular. Em tempos em que a produção e as vendas de automóveis no mercado interno batem recordes a cada mês, um modelo básico com motor 1.0 não sai por menos de R$23.480. Em apenas três anos, o preço dos veículos populares sofreu uma majoração de até 32%. De acordo com a pesquisa da Agência Autoinforme, somente em abril passado, o carro zero ficou 1,03% mais caro comparado com março. Apesar das altas de preços, a demanda não pára de crescer, estimulada pela facilidade de acesso ao crédito e prazos alongados de pagamentos. Diante de tamanha procura, os consumidores têm que esperar até 60 dias na fila para adquirir um veículo novo na capital baiana.

Dentre os carros populares nacionais, o Celta, da Chevrolet, foi o que apresentou maior alta no período. Há três anos era possível comprar o modelo mais barato por R$18.990. Hoje, o mesmo carro _ o Celta Life (motor 1.0 Flexpower _ bicombustível), somente com duas portas e pintura sólida (preto, branco ou vermelho) _ não sai por menos de R$24.990, um acréscimo de 31,59%. Para a vendedora da Tratocar, Vera Lúcia, que há 17 anos trabalha comercializando veículos, a diferença se justifica pelas mudanças na economia brasileira nos últimos anos. “Algumas matérias-primas como aço e petróleo subiram além da inflação. E quando o custo sobe, o preço do carro zero sobe também”, justifica ela.

Já o automóvel popular da Volkswagen, o Gol, teve uma alta de 29,01% em três anos. “Hoje, o Gol City básico (duas portas e pintura sólida) custa R$25.790, mas ele já chegou a ser vendido por R$19.990”, revela o supervisor de vendas da Sanave, Fúlvio Santana. Para ele, além do aumento no custo da matéria-prima, a facilidade de acesso ao crédito também vem influenciando no acréscimo dos preços dos carros novos populares. “Com tantas facilidades, a demanda acaba subindo muito e, conseqüentemente, o preço dos veículos também”, diz o dirigente, informando que a concessionária vende entre 150 e 200 unidades do Gol por mês. Segundo ele, do ano passado para cá houve um aumento de 30% nas vendas da concessionária.

Com o carro-chefe da Ford também não foi diferente. Em dezembro do ano passado, o Ford Ka podia ser adquirido por R$19.990. Hoje, com um novo design lançado a pouco mais de dois meses, o Ford Ka mais barato do mercado custa R$25.690, uma elevação de 28,51%. Apesar de popular, ele já sai de fábrica com alguns opcionais como trava elétrica, alarme, fiação para som, antena e pára-choque da mesma cor. O vendedor da Indiana, Luige Oliveira, prefere atribuir o alto preço à quantidade de impostos que incidem sobre um carro novo no Brasil, que, segundo ele, chega a quase 50%. “Outro fator é a alta demanda. O Ka quando foi lançado chegou a ter uma fila de espera de 128 pessoas”, pontua. Ele diz que essa fila hoje diminui, mas o prazo para entrega do novo Ford Ka pode chegar até 60 dias.

Mesmo com o preço elevado, o Uno Mille Fire da Fiat ainda é o carro mais barato do mercado interno. O modelo básico custa R$23.480, enquanto que, em 2005, ele chegou a ser vendido por R$21 mil, representando uma majoração de 11,8%. “Nossa economia é baseada no dólar, mas o mais engraçado é que tudo sobe quando ele sobe, mas nada desce quando ele está em baixa”, avalia o supervisor de vendas de carros novos da Cresauto, Robeclides Cardoso. Ele afirma que, embora o Uno Mille básico duas portas tenha o preço mais em conta, o Uno quatro portas e com ar-condicionado é mais vendido. “Como mais de 85% dos carros novos são comprados através de financiamento, as pessoas acabam embutindo alguns opcionais e diluindo esse custo adicional nas parcelas”, explica Oliveira.


Pedofilia na internet

Imagens de garota de 13 anos desacordada e sendo currada por três jovens, em cidade do extremo sul baiano, circulam na rede mundial
Jaciara Santos
O carpinteiro D.S.R., 42 anos, residente há seis anos em Nova Jersey, nos EUA, recebeu um e-mail, na semana passada, que o deixou atordoado: em um arquivo contendo 54 fotografias, postado por um amigo, sua filha de apenas 13 anos aparecia mantendo relações sexuais com três rapazes. Desorientado, imaginou tratar-se de uma sósia ou uma montagem. Encaminhou a mensagem para a família em Itanhém, cidadezinha do extremo sul baiano, a 983km de Salvador, e obteve a confirmação. Nas imagens, a garota parece estar desacordada e é sistematicamente currada pelos jovens.

O caso chegou ao conhecimento do delegado José Neles Araújo, titular da 8a Coordenadoria de Polícia do Interior, com sede em Teixeira de Freitas, que pediu, ontem à tarde, a prisão temporária do comerciário Darlan Costa, 19 anos, e a apreensão dos dois adolescentes de 17, que participaram da curra e de sua divulgação na internet. Os dois crimes ferem o Artigo 313 combinado com o 224 do Código Penal Brasileiro (estupro com presunção de violência) e o 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que dispõe sobre “fotografar ou publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”.

Intimado a prestar depoimento, Darlan não foi encontrado ontem pela polícia. Informações não confirmadas dão conta de que ele teria fugido para Minas Gerais, estado que faz fronteira com Teixeira de Freitas, sua cidade de origem. Um dos rapazes de 17 anos também estaria em Minas. Circula, em Itanhém, o boato de que o outro adolescente envolvido no caso teria sido levado para Portugal. A reportagem do Correio tentou entrar em contato com os familiares dos acusados, mas não obteve êxito.

Circo de horrores – Ouvida, ontem à tarde, pelo delegado Neles Araújo, a garota de 13 anos não tinha muito o que contar. Relatou ter saído de casa, no bairro de São João, próximo à estação rodoviária, por volta das 17h do dia 21 do mês passado. Queria tomar um sorvete. No caminho, encontrou o colega de 17 anos que a convenceu a ir à residência de um amigo dele, da mesma idade, situada no centro da cidade.

Sem desconfiar das reais intenções dos rapazes, a garota ficou conversando com eles à porta, durante alguns minutos. Em dado momento, sentiu sede e entrou no imóvel. Terminou dando a deixa para o circo de horrores que viveria em seguida. Depois de beber água, a menina foi persuadida a ingerir uma bebida da cor de conhaque e a cheirar uma substância que estava em uma garrafa plástica. Desmaiou e só viria a acordar no dia seguinte, em casa.

Ao despertar, mais de 12 horas depois de ter ingerido a bebida misteriosa e inalado a substância, a menina sentia dores na cabeça e na área genital. Por medo de represálias, silenciou sobre o fato com a mãe, a comerciária N.R.S., 37 anos. Somente na semana passada, a garota e os familiares ficaram sabendo, pela rede mundial de computadores, o que acontecera naquela noite. Antes deles, um incalculável número de internautas tomou conhecimento do fato.


Câmara mantém proibição de venda de bebidas próximas a rodovias

Agência Brasil
A Câmara dos Deputados manteve nesta terça-feira (27) a proibição da venda de bebidas alcoólicas nas áreas rurais próximas as rodovias federias. Na segunda votação da Medida Provisória 415, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas às margens das rodovias federais, os deputados rejeitaram a maioria das emendas do Senado que alteravam o texto aprovado anteriormente pela Câmara.

Na votação no Senado, os senadores haviam rejeitado a proibição da venda de bebidas alcoólicas nas áreas rurais às margens das rodovias federais, permitindo, assim, a venda de bebidas nas áreas rurais e urbanas próximas às rodovias federais. Na primeira votação da Câmara, os deputados haviam aprovado a venda nas áreas urbanas e proibido a venda nas áreas rurais.

O relator da MP, deputado Hugo Leal (PSC-RJ), rejeitou as emendas do Senado que liberava a venda de bebidas nas zonas rurais e a que revogava o agravante para a pena de homicídio culposo praticado por condutor alcoolizado. Leal propôs, e o plenário da Câmara, em votação simbólica, manteve, o texto aprovado anteriormente pela Câmara. A MP segue agora para a sanção presidencial.

Rodoviários desbloqueiam Sete Portas

A TARDE On Line*

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Os cerca de 300 rodoviários que bloqueavam a Sete Portas desde às 18h45 liberaram a pista por volta das 20h30 desta terça-feira, 27. O bloqueio ocorreu em protesto ao acordo de reajuste salarial de 5% firmado entre o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado da Bahia (STTROBA). Com o acordo, a greve dos trabalhadores rodoviários que estava marcada para acontecer a partir desta quarta-feira, 28, em Salvador, foi suspensa.

A decisão foi ratificada em assembléia ocorrida nas Sete Portas, pelo presidente do STTROBA, Manuel Machado. O dirigente sindical assinou um termo aceitando a proposta de reajuste salarial apresentada na manhã desta terça pelo secretário municipal de Transportes e Infra-Estrutura de Salvador (Setin), Almir Melo Júnior. O reajuste já havia sido aceito, no início da tarde, pelo Setps.

Confusão - No fim da assembléia, ocorrido por volta de 18h45, um grupo de trabalhadores não aceitou a decisão do sindicato e acabou se desentendendo com os demais rodoviários. Durante o tumulto, um ônibus foi depredado e ambas pistas da rua foram bloqueadas. A situação só se acalmou depois da chegada de sete viaturas das Rondas Especiais da Polícia Militar (Rondesp) ao local.

Intermunicipal - Também na tarde desta terça-feira, rodoviários e patrões chegaram a um acordo de reajuste salarial de 5% para os trabalhadores das empresas que cobrem as linhas intermunicipais da Região Metropolitana de Salvador. O consenso foi obtido em uma reunião ocorrida entre o STTROBA e a Associação de Empresas de Transporte Coletivo Rodoviário do Estado da Bahia (Abemtro).

*Com informações de George Brito e Vitor Carmezim, do A TARDE.

Caso Cascalheira: moradores cobram tratamento médico

Kleyzer Seixas, do A Tarde On Line

>>Contaminação em Cascalheiras: entenda o caso

Moradores do Parque Real Serra Verde, localizado às margens da Estrada da Cascalheira, no município de Camaçari, fizeram uma manifestação em frente à sede do Ministério Público (MP), em Nazaré, nesta terça-feira para cobrar da Prefeitura do município o cumprimento de uma determinação da justiça que a obriga a oferecer tratamento médico para as famílias afetadas pelo derramamento de substâncias tóxicas no Parque, em 2006.

A Justiça determinou no dia 22 de fevereiro, por meio de liminar concedida pela juíza Marina Kümmer de Andrade atendendo a pedido do MP, que a prefeitura de Camaçari deve prestar assistência aos moradores num prazo de trinta dias a partir daquela data.

Na ocasião, os exames toxicológicos haviam sido feitos em 111 dos 277 moradores e, segundo o MP, nenhum deles, recebeu acompanhamento ou tratamento médico até esta terça. Devido à situação, os moradores da localidade alegam não terem sido beneficiados pela decisão judicial.

Procurada pela reportagem, a secretária de saúde de Camaçari, Efigênia Cardoso, contestou a posição dos moradores e afirmou que a determinação judicial foi cumprida. Segundo ela, todas as 277 pessoas realizaram os exames. Do total, 36 apresentaram alguma alteração e precisaram refazer o procedimento. Até o momento, 30 compareceram ao Centro de Medicina Humana em Camaçari, onde os testes estão sendo feitos.

“Fixamos a convocação das pessoas que precisavam voltar ao Centro na própria comunidade e mandamos correspondências individuais pelos Correios, que devolveu seis delas. Como eles ainda não compareceram, vamos a campo procurá-las”, afirmou a secretária. Segundo ela, todo o acompanhamento médico requerido pelo MP depende do resultado dos exames que estão sendo feitos. Além disso, a secretária destaca que os moradores mais necessitados ainda recebem cestas básicas. No total, 40 famílias contam com o benefício.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a prefeitura de Camaçari informou que estaria prestando "ampla assistência às pessoas que necessitaram de ajuda", com exames realizados em um laboratório especializado em Minas Gerias. Informou ainda que mantém a atenção aos moradores apesar da suspensão da liminar favorável ao MP, que aconteceu no dia 08 de maio pela juíza convocada do Tribunal de Justiça, Ilza Maria da Anunciação. Na nova decisão, a magistrada entendeu que as exigências de assistência também deveriam ser arcadas pelo Estado e pela União, e não somente pelo município.

Protesto – O protesto em frente ao MP reuniu cerca de 30 pessoas que, acorrentadas e com faixas, pediam uma solução para o caso. Eles explicaram que passaram a apresentar problemas de saúde em função do contato com a área contaminada. Dores no estômago, cabeça e na perna, fraqueza, tontura, problemas de visão, vômitos e enjôos são alguns dos problemas relatados pelos moradores de Cascalheira.

Um deles é o neto de dona Amélia Conceição Santos, Caíque Machado Santos, de 09 anos. Há dois anos o garoto sofre com problemas causados pelo contato com as substâncias químicas derramadas no local. Conforme relata a avó, ele tem constantes dores estomacais e tem apresentando certa dificuldade para andar. “Ele está piorando. Está cada vez mais fraco, pálido e com olheiras. Nem bola mais ele pode jogar porque não consegue”, conta dona Amélia.

Segundo os manifestantes, nas unidades de saúde da região, as pessoas foram orientadas a procurar ajuda especializada, já que não havia tratamento disponível para os casos de contaminação por substâncias tóxicas, como os pesticidas, compostos de enxofre e solventes que foram despejados no Parque por um caminhão-tanque não identificado.

Além de cobrar ajuda médica, eles esperam que seja apontado um culpado pelo derramamento e garantem que o protesto não tem previsão para ser finalizado. Os manifestantes levaram colchões, travesseiros e pretendem permanecer na frente do MP até que seus pedidos sejam atendidos. Na última vez que se reuniram, 60 pessoas ficaram acampadas por 15 dias na frente do Comitê de Fomento Industrial de Camacari (Cofic), representante de empresas do Pólo de Camaçari. Segundo o líder do movimento, Adilton Rodrigo, muitas pessoas atribuem a o problema a empresas do Pólo, mas não há confirmação da suspeita.

domingo, 25 de maio de 2008

Arrecadação da SET com multas teve aumento

*Da Redação, com informações do Correio da Bahia
A Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET) prefere não divulgar, mas faturou com multas de trânsito R$85,3 milhões entre janeiro de 2005 e novembro de 2007. No último ano, houve um boom da arrecadação, que cresceu pelo menos 49,5% em relação ao período anterior. A SET se recusa também a informar o que faz com o dinheiro das infrações. Contudo, um repasse de R$3 milhões à Superintendência de Manutenção e Conservação da Cidade (Sumac) está sob investigação do Ministério Público Estadual (MPE).

À exceção dos valores definidos pelo orçamento da prefeitura, de cada R$100 que entraram nos cofres da SET, R$93,54 vieram dos pagamentos das infrações cometidas pelos motoristas de Salvador. Entre janeiro e setembro de 2007, 330.443 infrações foram registradas. Apelidada de “indústria da multa” pelos condutores, o órgão acumula cerca de 1,7 milhão de notificações desde janeiro de 2000. A frota da capital baiana é estimada em pouco mais de 600 mil veículos.

Nenhum desses números foi fornecido à reportagem pela direção do órgão municipal ou sua assessoria de imprensa. Quando a questão é volume de multas e destinação do dinheiro que provém delas, o silêncio é palavra de ordem na SET: “Sei o valor, mas não lhe digo”. As palavras são do superintendente do órgão, coronel Adelson Guimarães, publicadas na edição do último 26 de janeiro do Correio da Bahia. Ele está no cargo desde de 30 maio de 2007 e sua postura é antípoda a da sua antecessora, Cristina Aragón, e dos órgãos de trânsito das três principais capitais do país: as companhias de Engenharia de Tráfego de São Paulo e Rio de Janeiro (CETs) e a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (Bhtrans) não sonegaram informações a este respeito (veja boxe abaixo).

Esta semana, a reportagem voltou a procurar Guimarães para tratar do mesmo assunto, mas recebeu como resposta que o órgão responsável por fiscalizar e organizar o tráfego da capital baiana “não faz levantamento sobre o quanto arrecada com multas nem se preocupa com isso”, segundo a assessoria de imprensa. Tampouco, foi informado o destino dado ao montante. O Artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que a “receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito”.

Foi apurado que a arrecadação referente ao período de janeiro a novembro de 2007 – exatos R$38.830.168,93 – consta na investigação do MPE sobre o repasse de R$3 milhões à Sumac. O procedimento foi aberto a partir de uma representação contra o prefeito João Henrique por um vereador da oposição, e recebeu o protocolo de número: 003.0.157336/2007.

Nas deliberações do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), de números 725/2006 e 1687/2007, que tratam das prestações de contas da SET, nos anos de 2005 e 2006, consta a informação sobre o faturamento – R$20,4 milhões e R$25,9 milhões, respectivamente, um aumento de 26,8% na receita. A quantidade de multas cresceu ainda mais na comparação entre esses dois anos: 68,3%. Esta última informação partiu de fontes ligadas à SET.

Em análise das contas de 2006, quando a superintendente ainda era Cristina Aragón, o conselheiro José Alfredo Rocha Dias afirma que a SET não pode restringir-se ao papel de mero arrecadador de recursos: “Tem ela grave responsabilidade. Deve evitar o desperdício de recursos públicos, de sorte a que possa realizar serviços e obras que resultem na melhoria das condições da circulação de veículos, redução dos índices de acidentes, feridos e mortos, sem o que não se justifica a sua atuação. Deve dispor de sistema permanente avaliação das metas, programas e ações, aprimorando a sua atuação em benefício da coletividade”.

***

CONFIRA SITUAÇÃO EM OUTRAS CAPITAIS

Cidade Arrecadação Quantidade de multas/2007 Frota
São Paulo R$392 milhões Não fornecida 6 milhões
Rio de Janeiro R$55,509 milhões 1.439.503 2,1 milhões
Belo Horizonte R$42,651 milhões 484.368 1,058 milhões

Valor do metro quadrado na orla sobe até 275%

Após aprovação do PDDU, novos empreendimentos imobiliários na área já atraíram investimentos da ordem de R$200 milhões
Graciela Alvarez - Correio da Bahia
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), aprovado em fevereiro passado, está promovendo um boom de lançamentos imobiliários na orla de Salvador. Tamanha demanda fez elevar em até 275% o custo do metro quadrado em alguns terrenos, principalmente entre Ondina e Patamares. Neste espaço, pelo menos 11 empreendimentos já foram anunciados, representando mais de R$200 milhões em investimentos.

O diretor de vendas da corretora de imóveis Ponto 4, Carlos Rangel, explica que com o aquecimento imobiliário é cada vez mais escasso o número de terrenos em toda a capital baiana e, com as mudanças do PDDU, muitas áreas estão supervalorizadas. Segundo ele, há um ano o preço do metro quadrado de um terreno no bairro de Jardim Armação, por exemplo, custava entre R$400 e R$600. Hoje, os poucos que ainda não foram arrematados, custam em média R$1,5 mil. “No caso do bairro de Armação e Jardim de Alah, além da localização privilegiada, outro fator que faz o preço dos terrenos sofrerem uma majoração é a proximidade com bairros nobres, como Pituba”, completa, informando que o metro quadrado do imóvel pronto na região está custando em média R$3,5 mil.

Caminhando em sentido norte da orla de Salvador, chega-se ao bairro de Patamares, outra região que também ganhou fôlego após conquistar um novo gabarito com o PDDU, com prédios mais altos. Para se ter uma idéia, no Loteamento Patamares, o metro quadrado de um terreno custava, há cerca de um ano, R$500. Segundo o proprietário da corretora Estande Empreendimentos, Francisco Costa, hoje ele vale entre R$1 mil e R$1,5 mil, um aumento de até 200%. “Desde que o PDDU passou a ser discutido, o preço começou a subir e agora chegou a esse patamar”, afirma. Costa acredita na majoração crescente no custo dos terrenos na orla da capital baiana. “Essa é a lei da oferta e da procura. Agora, quem tiver sua casinha na orla já pode começar a pensar em ganhar dinheiro vendendo para construtoras”, pontua o empresário.

De olho nessa valorização, dez herdeiros de um terreno privilegiado de 480 metros quadrados defronte à Praia da Paciência, no bairro do Rio Vermelho, resolveram reajustar o preço do metro quadrado em aproximadamente 67%, passando de R$625 para pouco mais de R$1 mil. Uma das sucessoras, a recepcionista de prenome Ana Márcia, sem revelar muitos detalhes, diz apenas que nos últimos quatro meses aumentou muito o número de pessoas interessadas em adquirir o terreno, que hoje abriga quatro casebres antigos que servem como moradia e meio de subsistência para alguns dos beneficiários. “Tem mais de oito anos que colocamos este terreno à venda por R$300 mil. Agora estamos pedindo R$500 mil, mas o negócio já está praticamente fechado”, declara ela, sem revelar quem é o interessado e tampouco o futuro dos imóveis.

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Apartamentos custam até R$770 mil

Nos quatro cantos da capital baiana e ao longo do litoral norte são muitos os lançamentos imobiliários. Regiões que ainda oferecem áreas para construção, como Paralela, Imbuí, Costa Azul e Patamares, estão entre as que mais ofertam novos empreendimentos. Na orla de Salvador, a maioria dos projetos pertence ao segmento residencial, e já inclui o sistema de pay-per-use – uma série de serviços e atividades disponíveis para os moradores, a exemplo do que acontece em redes hoteleiras.

Entre os mais novos lançamentos da orla de Salvador está o The Place Beach Apart, da construtora Factor. O empreendimento, que será construído em forma de escada (escalonado) na Avenida Octávio Mangabeira (Jardim Armação), com investimentos de R$20 milhões, começa com cinco andares na parte em frente à praia e chega até oito na parte de trás, isso para não gerar sombra aos banhistas. Piscina, home office e espaço gourmet compõem a sua infra-estrutura, que contará também com serviços pay-per-use, como babá, camareira, pet shop, dentre outros. Os apartamentos são de quarto e sala, dois quartos, duplex com três quartos, além de cobertura linear, com terraço e piscina. Os preços variam entre R$168 mil e R$770 mil.

A Leão Empreendimentos também resolveu apostar pesado na região. Depois do sucesso de vendas do Bahia Suítes, praticamente todo construído em frente ao coqueiral do Jardim de Alah, já anunciou que em julho vai lançar mais um empreendimento residencial no local, o Salvador Suítes. O edifício, com investimentos da ordem de R$33 milhões, também será escalonado, começando com sete andares e chegando até o décimo. De acordo com um dos sócios da construtora, Leonardo Leão, a edificação terá basicamente o mesmo conceito do Bahia Suíte, um empreendimento residencial com características hoteleiras e com sistema de pay-per-use. “Ao todo, são 143 unidades, de uma, duas ou três suítes, sendo que 80% dos apartamentos possuem vista para o mar”, define, complementando que o preço só será divulgado no lançamento.

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Localização impulsiona vendas no mercado

Com um aporte financeiro estimado em R$7 milhões, o Ondina Porto é um dos mais novos lançamentos residenciais do bairro de Ondina. O empreendimento, que será construído em frente à Praia da Sereia pelas construtoras Pablo e Macro, terá todos os seus 61 apartamentos de quarto e sala com vista para o mar, segundo a corretora Benedita Vilas Boas. “Em menos de um mês de lançamento, já vendemos mais de 60% das unidades”, revela ela, complementando que o sucesso de vendas deve-se à localização do projeto. Os interessados em adquirir um imóvel no Ondina Porto, que tem previsão de entrega em abril de 2010, terá que desembolsar, no mínimo, R$190,4 mil, por um apartamento de 55,22 metros quadrados. O mais caro, um quarto e sala duplex de 92,03 metros quadrados, custa R$308,1 mil.

Outra novidade na orla de Salvador fica por conta do Torre Jardim, um residencial que já está sendo construído próximo ao hipermercado Bompreço de Armação. A previsão é que o investimento seja de R$5 milhões. A coordenadora do estande de vendas, Márcia Torres Cardoso, diz que ao todo são 50 unidades, sendo cinco apartamentos por andar (quatro de quarto e sala e um de dois quartos, além da cobertura). “Essa região está crescendo muito. Aqui estão sendo construídos bons empreendimentos”, pontua ela, se referindo à grande quantidade de lançamentos no bairro e adiantando que a empresa continua em fase de captação de novos terrenos na orla. Os preços dos apartamentos variam de R$122,8 mil a R$380 mil.


Caso Lucas Terra : Polícia prende bispo em Recife

Valmar Hupsel, do A TARDE
Foi com alívio e uma certa alegria que o pai do garoto Lucas Terra – morto em 2001 –, Carlos Terra recebeu a notícia da prisão, em Recife (PE), de um dos três suspeitos pelo crime, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Fernando Aparecido da Silva. “Só esperamos agora que a Justiça Baiana não conceda habeas corpus a ele“, disse ele ontem à noite no aeroporto, enquanto aguardava a chegada do suspeito.

Sua espera, no entanto, foi em vão. Ele permaneceu de 14h às 19 horas no saguão de desembarque, observado por três advogados do suspeito, que não apareceu. “Achamos que ele saiu pelos fundos para o Centro de Operações Especiais (COE)”, disse. A prisão preventiva do bispo Fernando foi decretada na última quinta-feira pelo juiz da 2ª Vara, Vilebaldo José Freitas, motivado pela ausência dos acusados (bispo Fernando e o pastor Joel Miranda) nas
três audiências.

Eles alegaram falta de dinheiro para viajar, mas estavam representados por cinco advogados.
Na sexta-feira, uma equipe do COE, liderada pelo delegado Hélio Jorge foi a Recife para escoltar o preso. A polícia, no entanto, preferiu o silêncio. Hélio Jorge disse que somente o delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo poderia falar sobre o assunto. “Só na segunda-feira”, afirmou o delegado-chefe.

Lei é o primeiro passo para combater insegurança alimentar na Bahia

Marta Erhardt, do A TARDE On Line

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“Já passei três dias sem nada para comer, nem farinha. Como sou cristão, orava para a fome passar”. O relato é de Manuel Marcena da Silva, 54 anos, que vende peças de bicicletas usadas debaixo de um viaduto nas proximidades de Águas Claras, na Avenida Suburbana. Ele acredita que hoje passa por situação melhor, mas nem sempre consegue comprar comida com o que ganha. “Vendo no máximo R$20 por dia, mas às vezes fico até três dias sem vender”, conta.

Assim como Manuel, mais de 1,8 milhão de baianos sofrem com o quadro de insegurança alimentar grave. Na Bahia, 50,2% da população é afetada com algum grau de insegurança alimentar nos níveis leve, moderado e grave. Com este índice, o estado ocupa a décima colocação no ranking brasileiro.

Joana de Jesus, 45, também engrossa a estatística do IBGE. “Tem que apertar de manhã para poder ter o que comer de noite”, relata a senhora que mora na ocupação de sem-teto na Avenida Carlos Gomes e sobrevive com a venda de água mineral, como ambulante. Uma amiga de Joana, que preferiu não se identificar, também enfrenta o problema. “Acontece de não ter nem o que dar para minha filha de cinco anos. Mas também chegam doações, que nem sabemos de onde vêm. Parece que é Deus mesmo”, conta.

Na tentativa de combater o problema que atinge baianos como dona Joana e sua amiga, foi sancionada, nesta semana, a Lei de Segurança Alimentar e Nutricional (nº17.092/08), que cria o Sistema Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). Após a sanção da lei, será formulado um plano de realização de programas e ações articulados para a superação dos índices de insegurança alimentar e vulnerabilidades sociais no estado.

Dentre os itens abordados pela lei, estão a garantia do alimento em quantidade e qualidade suficientes para a população, o fortalecimento da agricultura familiar, a reforma agrária e demarcação de terras, o acesso à água de qualidade, a alimentação escolar saudável e a geração de trabalho e renda para as comunidades vulneráveis.

As diretrizes foram estabelecidas em processos de consulta na Terceira Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional realizada em 2007, segundo explica o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (Consea-BA), Carlos Eduardo Leite. “Conferências regionais foram realizadas e estes processos de reflexão apontaram as prioridades para a política que será desenvolvida”, pontua.

Outro ponto destacado por Leite é a regulamentação do Consea, que tem como função propor ações e políticas públicas além de fazer o controle social. “O conselho está atento às ações e programas implementados pelo governo e colocamos alguns pontos que precisam ser aprimorados”, conta.

O Secretário de Desenvolvimento Social e combate à Pobreza, Valmir Assunção fala sobre a importância no enfrentamento desta situação. “É o início da criação de um sistema no estado. Precisamos garantir alimentos em quantidade e qualidade para a população. O maior desafio é fazer com que as prefeituras absorvam esse assunto como importante e trabalhem junto com o governo no convencimento das lideranças da sociedade civil para a construção deste sistema”, enfatiza. Assunção também ressalta que a lei foi elaborada com a participação da sociedade civil organizada, por meio do Consea.

Já o membro do Consea nacional, Francisco Menezes destaca a relevância da lei num momento em que o mundo discute a questão da produção de alimentos. “A lei sancionada mostra claramente como o assunto deve ser tratado. O alimento não deve ser visto apenas como mercadoria. A alimentação é um direito humano e este deve ser o foco principal de atuação” ressalta.

Intersetorialidade - Um grupo de governo com representantes de pastas relacionadas à segurança alimentar – como as áreas de saúde, educação e agricultura - será criado, de acordo com Leite. “O grupo vai desenvolver, promover e articular a integração dos órgãos. É este grupo que vai operar a política dentro do governo”, afirma.

O sistema terá como princípio a articulação de ações já realizadas pelo governo, explica a Superintendente de Inclusão e Assistência Alimentar, Ana Torquato. “A integração das ações também vai otimizar os recursos destinados a estes programas”, pontua. O orçamento para gestão do Sisan está pulverizado em diversas pastas envolvidas em ações de combate à insegurança alimentar. Os recursos estão previstos no Plano Plurianual (PPA) 2008/2011.

Entre as ações apontadas por Ana Torquato estão os restaurantes populares, que em Salvador servem diariamente 4,3 mil refeições; e o programa Nossa Sopa, que atinge 300 municípios do estado. O programa é coordenado pelas voluntárias sociais em parceria com a Ebal e envolve a distribuição de sopa para entidades de assistência social e população de rua.

Ana Torquato destaca ações de programas realizados em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), como o Programa do Leite Fome Zero, que atende – em 162 municípios - 100 mil crianças com idade entre 2 a 7 anos, que estudam nas redes municipais de ensino e integram famílias com renda de até meio salário mínimo per capta.

"Com este programa temos dois públicos prioritários. Além de fornecer o leite às crianças, o produto fornecido é adquirido com pequenos produtores de leite locais, com produção de no máximo 100 litros por dia. Mas a prioridade é para aqueles que produzem até 30 litros por dia. Desta forma, também garantimos renda para o pequeno produtor", destaca.

Outro programa que tenta minimizar os problemas da população é o Água para Todos, que engloba entre suas ações a construção de cisternas. De acordo com a Superintendente de Inclusão e Assistência Alimentar, até 2011 deverão ser criadas 100 mil cisternas na Bahia, em parceria com o MDS e Articulação do Semi-Árido (ASA). Até o meio deste ano cerca de 12 mil cisternas devem ser construídas. Do total, 1 mil são cisternas de produção, que vão favorecer a produção agrícola.

“O acesso à água é importante para auxiliar no combate à insegurança alimentar. Para favorecer a economia destes locais, a mão de obra utilizada é de pedreiros destas comunidades. Além disso, agentes comunitários serão envolvidos na capacitação das famílias, que vão aprender sobre o uso racional da água e os cuidados que devem ser tomados para lidar com este recurso natural”, destaca Ana Torquato.

Onze acidentes nas últimas 24h nas estradas baianas

Tarde On Line
Nas últimas 24 horas, foram registrados 11 acidentes sem vítimas nas rodovias estaduais que ligam a Bahia. O trânsito está livre na manhã deste domingo, 25. O retorno à Salvador deve intensificar no período da tarde. As informações são da Polícia Rodoviária Estadual (PRE).

Homem morre eletrocutado na ladeira da Fonte Nova

A Tarde On Line
Um homem morreu eletrocutado em cima de um poste na ladeira da Fonte Nova, no bairro de Nazaré, por volta das 4h30 da madrugada deste domingo, 25. A identidade da vítima é ignorada, a polícia também não sabe informar como o acidente aconteceu. O Corpo de Bombeiros foi acionado para retirar o corpo do local.

Nas últimas 24horas, foram registrados seis homicídios em Salvador. Os assassinatos aconteceram em Itapuã, Mussurunga, Valéria, Canabrava, Narandiba e São Gonçalo do Retiro. Também houve uma tentativa de homicídio na Fazenda Coutos. As informações são da Central de Telecomunicações das Policias Civil e Militar (Centel).

quinta-feira, 22 de maio de 2008

População ignora risco das redes elétricas

Adilson Fonsêca, do A TARDE
De janeiro a maio deste ano, sete pessoas morreram e outras sete ficaram feridas vítimas de acidentes no manuseio inadequado com a rede pública de energia elétrica. A última morte ocorreu em Salvador, na ultima segunda-feira, quando o vigilante Mário Fernando da Cunha, 41 anos, foi eletrocutado no bairro de Paripe, no subúrbio ferroviário.

A maioria dos casos envolve obras nas fachadas e lajes das casas próximas à rede elétrica, instalação de antenas de televisão e o uso de pipas (arraias) junto à fiação pública. A Coelba, (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) atribui à população e às prefeituras a culpa pelos acidentes, porque não se observam as normas de segurança, e também pela ocupação desordenada do solo, com construções irregulares, respectivamente.

Em seis anos (de 2001 a 2006), conforme os dados da pesquisa feita pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), a média anual de acidentes com a rede elétrica é de 986 pessoas, das quais 323 morrem à cada ano, e outras 278 ficam com lesões graves. No último ano da pesquisa (2006), 71 pessoas morreram eletrocutadas no Brasil ao reformar ou ampliar imóveis de forma irregular; outras 39 morreram ao instalar “gatos” na rede elétrica; 134 por instalação de antenas de televisão e oito por soltarem pipas junto à rede elétrica.

No Estado, conforme os dados da Coelba, os locais de maior índices de acidentes são Salvador e Região Metropolitana, e periferia de Feira de Santana. Já em Salvador, a empresa apresenta como os locais mais problemáticos os bairros de perfil mais popular, como Pernambués, Estrada das Barreiras, Tancredo Neves, Vila Dois Irmãos, Mata Escura e Sussuarana, por onde passam as linhas de transmissão de alta voltagem de energia tanto da Coelba como da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco).

Riscos – Reunidos nesta quarta-feira pela manhã para debater o assunto, os gerentes de Regulação Técnica e Comercial, Eugênio Correia Teixeira, e de Expansão de Rede, Joubert Meneguelli, explicaram ser difícil impedir os acidentes, na medida em que a população não segue as recomendações dadas pela empresa, que vêm impressas nas contas de luz e são veiculadas também em campanhas institucionais.

Segundo Joubert Meneguelli, a Coelba não tem o poder de polícia para impedir as construções irregulares e “muito menos tem estrutura para fiscalizar todos os 4,3 milhões de consumidores existentes no Estado (925 mil em Salvador). “O fato é que orientamos os consumidores sobre tais riscos, mas, mesmo assim, eles parecem ignorá-los e só nos resta tentar minimizá-los”, disse.

Hortaliças – Joubert explicou ainda que, em alguns casos, como em áreas por onde passam as linhas de transmissão de alta tensão, tanto da Coelba como da Chesf, a empresa estimula o plantio de hortaliças, como forma de evitar a ocupação desordenada do solo.

Em Salvador, as linhas de transmissão da Chesf são de 138 a 500 Kilovolts (Kv), enquanto as da Coelba variam entre 13,8 Kv a 69 Kv. A tensão da energia que chega às casas varia entre 127 a 220 volts. O gerente Eugênio Correia Teixeira explicou que as recomendações no manuseio de equipamentos elétricos, desde a rede em si a aparelhos eletrodomésticos é uma recomendação adotada em todas as 14 concessionarias no país.

Rodoviários prometem greve para a próxima semana

Guilherme Lopes, do A Tarde On Line
O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado da Bahia aprovou, na tarde desta quarta-feira, 21, a deflagração de greve da categoria a partir da meia noite da próxima quarta, dia 28, caso fracassem as duas rodadas de negociação marcadas para esta segunda, 26, e terça, 27. Para Manuel Machado, presidente do sindicato, esta seria a única forma encontrada pela categoria para pressionar o patronato a ceder às reivindicações dos trabalhadores.

Os rodoviários querem um aumento de 12,84% em seus vencimentos, além de outras melhorias em suas condições de trabalho, como o fornecimento de 30 tickets refeição por mês e plano de saúde sem custo para o trabalhador. De acordo com o sindicato da categoria, o salário-base do motorista de ônibus em Salvador hoje é de R$ 1.062 e dos cobradores, R$ 660.

A decisão foi aprovada em referendo realizado em plena Avenida ACM, na pista sentido Iguatemi, próximo à sede do DETRAN. O local foi o escolhido pelo sindicato para ser o final de uma passeata que começou por volta das 16 horas nas Sete Portas e levou em torno de mil trabalhadores às ruas.

Por causa da manifestação, todas as pistas da avenida, sentido Iguatemi, ficaram fechadas por cerca de uma hora. O congestionamento se estendeu pelas avenidas ACM e Bonocô, rótula do Abacaxi e Sete Portas.

GREVE – Para o presidente do sindicato, Manuel Machado, a greve será inevitável caso não seja fechado um acordo com os representantes das empresas de transporte no começo da próxima semana.

Na próxima segunda-feira, 26, o sindicato se reúne com representantes da Associação de Empresas de Transporte Coletivo Rodoviário do Estado da Bahia (Abemtro), que abrange as empresas que se ocupam do transporte intermunicipal na Região Metropolitana de Salvador. Na terça, é a vez de sentar à mesa com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps). Esta será a 12ª rodada de negociação em uma campanha salarial que já se estende por 50 dias.

Machado afirma que o a intenção do sindicato não é prejudicar os usuários de transporte público da capital e região metropolitana, mesmo com a possibilidade de greve. “A população sofre junto com a gente nos ônibus. Sofrem com os assaltos, com o desconforto. Queremos causar o mínimo transtorno possível ao usuário”, diz.

Ele explica que o sindicato entrou com um pedido no Ministério Público do Trabalho nesta semana para que, caso a paralisação seja deflagrada, o transporte coletivo da capital funcione com 100% da frota nas ruas e catraca livre. “Assim o prejudicado é o patrão, não o usuário”, argumenta. A resposta do MPT deve chegar apenas na próxima semana.

O sindicalista afirma, também, que a greve “não pretende ser política”. “Nós não estamos querendo prejudicar o prefeito nem ninguém. Queremos que nossas reivindicações sejam atendidas, somente”.

TRABALHADORES – Para Maria de Lourdes Oliveira, 55 anos, esposa do motorista Djalma Santos, a passeata e as reivindicações dos rodoviários são justas. “Eles arriscam a vida todos os dias no trabalho por causa da falta de segurança. Merecem ser bem remunerados”, argumenta, enquanto carrega uma faixa ao lado do marido durante a passeata nas Sete Portas.

O marido, que está há 18 anos na profissão, acrescenta, “Nós vamos trabalhar só para ganhar dinheiro para o patrão? Nossa situação piorou muito nos últimos anos”, defende.

Janete Cruz, rodoviária há sete anos, concorda com a colocação de seu colega. “Eu saio de casa todo dia às 4 e meia da manhã. Vou para a rua com toda essa insegurança. Fico pouco com meus filhos”. Ela participou da manifestação ao lado dos dois filhos pequenos: Adriele, 10 anos, e Tiago, 4. “Não tinha com quem deixá-los, mas não podia deixar de exigir meus direitos”, justifica.

POPULAÇÃO – Entre os usuários do transporte público da capital, há quem defenda o direito de reivindicação exercido pelos rodoviários. Mas sobram crítica à forma utilizada pela categoria para fazer valer seus direitos.

Para o auxiliar de lavanderia Claudio da Cruz, 27, a passeata desta quarta-feira “foi um desrespeito enorme aos usuários”. Claudio afirmou ter ficado uma hora esperando seu transporte na Sete Portas. “Estou aguardando a boa vontade deles [dos rodoviários] para poder ir pra casa”, reclama.

O engenheiro Rafael Carvalho concorda com as reivindicações, mas acredita que os trabalhadores “fazem o protesto em hora errada. Teria de ser pela manhã, porque agora esta hora todo mundo está cansado e quer voltar pra casa, é mais difícil entender”. Rafael estava preso no engarrafamento formado nas proximidades da Rótula do Abacaxi, por volta de cinco e meia da tarde.

Antônio Carlos Santos, comerciante nas Sete Portas, acredita que “os trabalhadores estão no direito deles. Se não há como negociar com o patrão, infelizmente, o jeito é esse mesmo”. Ele disse esperar que a categoria chegasse a um acordo, já que “uma greve prejudica eles, prejudica os usuários, ninguém ganha nada”, acredita.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Casa do Rio Vermelho: secretaria aguarda pedido de tombamento

Zezão Castro, do A TARDE
A casa de número 33 da Rua Alagoinhas, onde residiram os escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, se não é a casa da poesia, como o é a de Pablo Neruda, no Chile, por certo já é a casa do romance. Não só pelo que escreveram ali, mas por eles próprios, personagens do romance da vida no palco do mundo. Olhando pelo lado de fora, contudo, nada há de romântico ou poético na sua fachada. Um incipiente estado de degradação se anuncia.

As rachaduras na subida das escadas, junto aos azulejos feitos por Carybé, vão facilitando as infiltrações na parede, que divide as duas escadinhas. Em cima, como um símbolo de boas vindas, o oxê de Xangô, o famoso machado de dois gumes. O busto de um ex-voto, enegrecido na fachada, encarna o sinal evidente de desmazelo. Em contraste, o branco da farta azulejaria exibindo ícones ora religiosos, ora de elementos da natureza se perfila, conduzindo à porta, talhada com símbolos de terra e mar por Calasans Neto. Na parte de dentro, a poeira do tempo e a caliça da telhas cobre os poucos móveis.

A maresia de Janaína enferruja os portões. Já não há aquela profusão de quadros. A casa do romance, a bem da verdade, anda até meio esvaziada. A piscina também. Parte do que lá havia divide-se hoje entre o acervo da Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, e as Faculdades Jorge Amado, na Paralela.

Pássaros – Barulho dentro da casa (onde até ônibus de turistas parava para ver o dia-a-dia do casal) só se ouve dos micos que, eletrizados, cruzam as ruas pelos fios de postes da Rua Irará, ao fundo, invadem o quintal, bastante arborizado, atrás dos ovos da sabiá e dos bem-te-vis. A noite, o avarandado da casa que foi de avós e netos, serve de pátio para morcegos.

Boa notícia é que a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult) aguarda apenas que membros da família, passado o período de luto, possam encaminhar o pedido de tombamento. A garantia foi dada, mais uma vez, pelo secretário Marcio Meirelles. “Acho que a peculiaridade que justificam a preservação seria o fato de ter abrigado a existência do próprio casal”. “A gente já vem conversando, eu, os filhos Paloma e João Jorge, os netos Maria João e João Jorge Filho, que é gestor do projeto” detalha.

Para o pintor Sante Scaldaferri, “a casa de Jorge Amado e Zélia deve ser reformada como está, sem tirar nada, se for cimento, bota, se precisar uma pintura e tal, tem que ficar com tudo dentro que representava ele e Zélia, o modo de viver dos dois. Os livros e outras coisas que fiquem na Fundação Casa de Jorge Amado”. De acordo com ele, a casa foi comprada por Jorge Amado em 1957, na mão do pianista Sebastian Benda, um professor dos seminários de música da Ufba.

“Depois de comprada quem reformou foi o meu amigo Gilberbert Chaves, que foi meu colega na Escola de Belas Artes. A casa não tem, assim, estilo moderno. O Gilberbert não mudou muita coisa, a casa já estava feita mas, depois, Jorge e Zélia, batizaram um filho dele”, relembra Sante, acrescentando as lembranças dos domingos de manhã, quando o casal ofertava queijos e vinhos (e uísque e azeitonas) para os amigos famosos e suas respectivas esposas.

Uma das amigas do casal, a colunista July diz que “a casa já era um museu de lugares por onde eles passaram, um roteiro turístico de Jorge, com coisas do Peru, da Tchecoslováquia, que ela colocava em cada cantinho”. “Na Europa, tem-se o Museu de Picasso; no Chile, a Casa de Neruda, como é que a terra onde Jorge Amado e Zélia Gattai viveram não lhes presta uma homenagem preservando a casa?”.

Viadutos e passarelas estão sem manuntenção há três anos

Eder Luis Santana e Adilson Fonsêca, do A TARDE
A água brota das vigas de ferro expostas no Túnel Américo Simas, que liga as partes alta e baixa de Salvador. No Viaduto Mascarenhas de Moraes, na Avenida Cardeal da Silva, as infiltrações fazem com que a estrutura esteja corroída e as águas da chuva caem como cachoeira na pista. Já no Viaduto do CIA, na BR-324, as grades de proteção estão enferrujadas e as rachaduras põem em risco a estrutura.

É tanto patrimônio sem o devido cuidado que o Sindicato da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco) resolveu fazer um mapeamento dos bens públicos que necessitam de manutenção. Viadutos, passarelas e canais que foram erguidos há 40 anos e acabaram sendo esquecidos.

Um exemplo típico é o Viaduto Mascarenhas de Moraes. As manchas escuras comprovam o poder das infiltrações e as camadas de concreto apresentam rachaduras. “O ideal seria que houvesse um trabalho de manutenção preventiva, ao invés de realizar obras somente na hora de corrigir os problemas”, diz o presidente do Sinaenco na Bahia, Claudemiro Santos.

O último levantamento do sindicato foi feito há três anos. Batizado de Infra-estrutura da Bahia: prazo de validade vencido, foi feito em Salvador pela primeira vez em 2005. Seu objetivo é alertar à sociedade e às três esferas de governo (municipal, estadual e federal) sobre a importância de investir na manutenção do patrimônio existente, em vez de apenas se preocupar com a realização de novas obras.

Esquecida – Construído na década de 60, o Túnel Américo Simas é o retrato deste abandono ao longo de suas quatro faixas de tráfego, que passam por baixo do bairro do Santo Antônio Além do Carmo. Um gari que trabalha há 12 anos no local diz que os únicos serviços que já viu serem feitos ali foram de pintura e troca de lâmpadas. “A sinalização ainda é problemática, os acidentes acontecem sempre”, afirma.

De 2005 até hoje, apenas um local citado na pesquisa recebeu os devidos reparos. Foi a ponte sobre o Rio Jaguaribe, na orla marítima da região do Clube Sesc. Construída em concreto armado, a estrutura foi reformada seis meses depois do estudo.

Para a versão apresentada este ano, novos espaços foram identificados como problemáticos. O pior de todos é o Viaduto do CIA, com diversos pontos de ferragens expostos.

Um pouco mais adiante, as críticas recaem sobre a Passarela da Brasilgás, no Acesso Norte da BR-324. Gente que vive próximo ao local, como o ambulante Pedro Santana, 55 anos, diz que a estrutura nunca sofreu intervenção direta. “E ainda tem os vândalos. Outro dia roubaram toda a fiação elétrica”, relembra.

Passarelas – A Prefeitura de Salvador, através da Sumac (Superintendência de Manutenção da Capital) promete gastar R$ 1,2 milhão para recuperar todas as 20 passarelas para pedestres na cidade. O processo de licitação acontecerá nos próximos 30 dias e inclui a recuperação da estrutura da passarela da Avenida Centenário, próximo ao Shopping Barra, a mais estragada.

O superintendente do órgão, Luciano Valadares, explicou que os recursos serão aplicados principalmente em pintura e recuperação do piso. Ele citou como exemplo a passarela localizada no início da Avenida Bonocô, Valéria e Calabetão (estas na BR-324), que têm várias placas do piso estragadas, e a do Shopping Barra, que, devido à corrosão provocada pela ação do salitre, precisam de manutenção mais urgentes.

De acordo com Valadares, além dos recursos de R$ 1,2 milhão a serem aplicados agora, um novo contrato deverá ser feito com as empresas vencedoras da licitação, em junho, para que nos próximos quatro anos esta manutenção seja feita periodicamente. “Para tanto, vamos disponibilizar também R$ 1,2 milhão a cada ano para a manutenção”.

A exemplo da Sumac, a Surcap (Superintendência de Urbanização da Capital) também tem, conforme explicou o dirigente do órgão, Ricardo Gidi, projetos para a recuperação de pontes e viadutos na cidade.

Gidi afirma que a prefeitura deverá investir R$ 3,5 milhões do tesouro do município nas obras, a depender das análises técnicas, que começaram a ser feitas na semana passada e devem estar concluídas até meados do próximo mês. O valor projetado é maior que toda a verba do orçamento do órgão (R$ 2,5 milhões) para manutenção desses equipamentos, em 2006. A Surcap estima que entre sete e dez viadutos sofrerão intervenções.

Desespero de uma Mãe

Instinto materno dom dado por Deus!!!
Um garoto de sete anos foi salvo pela mãe de morrer afogado em um poço nesta segunda-feira em Franca, no interior de São Paulo. Gabriel Marcos Campos caiu no reservatório de água de aproximadamente quatro metros de profundidade enquanto sua mãe, Maria Jerônima Campos, 36 anos, pegava água de uma mina próxima ao local.

sábado, 17 de maio de 2008

Socióloga é morta a golpes de tesoura por companheiro na Pituba

Vítima e acusado estavam juntos havia três anos
Vítor Carmezim, do A TARDE
Um crime passional tirou o sonho de uma aspirante a oficial do exército de ter uma carreira promissora. A socióloga Margareth Dantas Andrade, 34 anos, recém-ingressa no Colégio Militar de Salvador como professora, foi morta a golpes de tesoura e faca na madrugada deste sábado, na Pituba, pelo seu companheiro, o estudante de Engenharia Mecânica da UFBA, Miguel Almeida da Silva Filho, 22.
O rapaz foi preso em flagrante após ter confessado o crime e está no Hospital Geral do Estado, onde passa por uma cirurgia. O acusado fraturou ossos dos pés ao pular da janela na hora da fuga. O casal estava junto havia três anos.
A polícia foi acionada por volta das 2h15 da madrugada, quando a delegacia da 16ª Circunscrição Policial recebeu um chamado do Edifício Rosa dos Ventos, na Pituba. Um morador disse ter ouvido gritos e uma forte discussão no apartamento vizinho e achava que algo grave estava acontecendo na residência.
Naquela noite, Margareth havia saído com alguns amigos que também comemoravam o ingresso no Colégio Militar. “Ela estava feliz. Era uma pessoa esforçada e comemorava o fato de ter conseguido o emprego no Colégio”, afirma Ricardo Sizilio, 26 anos, colega de Margareth, que também estava com o grupo já que havia conseguido vaga pra lecionar história no colégio.
Segundo os relatos, ao retornar para o apartamento que dividia com uma amiga na Pituba, Margareth encontrou Miguel na frente do prédio. Ambos entraram e, já dentro da residência, a discussão começou.
De acordo com o depoimento do rapaz, a vítima não teria respondido a suas ligações para o celular e, nos últimos tempos, estaria esquecendo de encontrá-lo. “Na verdade, o que aconteceu foi passional. Foi um crime motivado pelo ciúme do rapaz”, afirma o delegado titular da 16ª CP, Wilson Gomes Júnior.
Margareth foi encontrada sobre uma poça de sangue e com perfurações na região da face, nuca e lesões nas mãos que, segundo o delegado, indicam que houve briga e que ela tentou se defender.

China já conta quase 29 mil mortos por terremoto

PEQUIM (Reuters)
O total de mortos do pior terremoto na China em três décadas aumentou para quase 29 mil, afirmou o porta-voz do gabinete Guo Weimin em uma entrevista coletiva no sábado.
(Reportagem de Guo Shipeng e Benjamin Kang Lim)

Escritora Zélia Gattai Amado morre em Salvador

Romancista estava internada havia 31 dias no Hospital da Bahia FAMOSIDADES
Em São Paulo (Atualizada às 18h06)

A escritora Zélia Gattai morreu às 16h30 deste sábado (17) devido a uma parada cardíaca, no Hospital da Bahia, em Salvador, onde ela estava internada havia 31 dias. Zélia foi internada para desobstrução do intestino e, durante a operação, os médicos encontraram um tumor de aproximadamente 14 centímetros no órgão da romancista. Após a cirurgia, a escritora foi levada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e chegou a ter um quadro de melhora. Porém, nesta sexta-feira (16), os boletins médicos de Zélia mostraram uma piora grande em seu estado de saúde e já consideravam o caso irreversível. Por conta disso, seus familiares foram autorizados a ficar com Zélia dentro da UTI. Durante todo o domingo, o corpo da romancista será velado no cemitério do Jardim da Saudade, onde também acontecerá a cremação. As cinzas serão jogadas no mesmo lugar das de Jorge Amado, na casa onde o escritor viveu nos seus últimos 40 anos de vida.

As informações são da TV Globo.

1° PARADA DO ORGULHO LOUCO

O evento marca o encerramento da Semana de atividades promovidas pelo Coletivo de Entidades Organizadoras da Semana da Luta Antimanicomial na Bahia, e contará com Exposição de artesanatos produzidos por usuários do Serviço de Saúde Mental além de apresentações de capoeira, samba de roda, performances circenses e shows musicais. ATRAÇÕES: BANDA AFROGROOVE , ILÊ AYÊ, BARLA VENTO, SILAS GIRON, SOMBRA SONORA, GUGA LIBERTUS,DJ´S CHARLES E NETUNO QUANDO: 17/05 (SÁBADO) CONCENTRAÇÃO: PORTO DA BARRA - 10 DA MANHÃ Maiores informações: tsmcrp03@veloxmail.com.br ou pelo site http://www.loucurassa.blogspot.com

Celular...Não use-o carregando






Slide com fotos e dados de acidentes com aparelhos celular carregando confira...

EU, sentar ao lado de um negro?????

( FOLHA DE SÃO PAULO / março 2006 )

Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro. Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.'Qual o problema, senhora'?, pergunta uma comissária. 'Não está vendo? - respondeu a senhora'. - 'Vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira'. 'Por favor, acalme-se - disse a aeromoça -'.'Infelizmente, todos os lugares estão ocupados'. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'. A comissária se afasta e volta alguns minutos depois. 'Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar nem mesmo na classe econômica'. Temos apenas um lugar na primeira classe'. E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua: 'Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'. E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:Portanto, senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe... ' E todos os passageiros próximos, que, estupefatos, assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé. Se você é contra o racismo, envie esta mensagem aos seus amigos, mas não a delete sem ter mandado pelo menos a uma pessoa.' 'O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons .'

domingo, 11 de maio de 2008

Wagner diz que só pretende reintegrar demitidos da PM após manifestação judicial

Biaggio Talento, da Agência A Tarde
O governador Jaques Wagner (PT), que começou sua vida política no movimento sindical, manifestou descontentamento com greves em setores essenciais que causam transtornos à população. Chegou a qualificar de “burrice” o travamento do tráfego de Salvador pelo Sindicato dos Rodoviários. Ao ser perguntado durante a entrevista que concedeu ao jornal A TARDE (cuja maior parte foi publicada na edição do último domingo) sobre a razão de os demitidos da Polícia Militar no governo do PFL não terem sido reintegrados à tropa, Wagner lembrou não ter defendido a quebra da linha hierárquica, em especial numa corporação militar: “Nunca fui dos que estimulei o sargento pegar em arma e apontar ao capitão.”Ele disse ter externado esse conceito “na época” (da greve de 13 dias da PM, em 2001). “Quem anda com uma arma na cintura para dar segurança à população, o seu direito à rebeldia é limitado, sinto muito”, disse, esclarecendo que está em curso o processo de reintegração dos 18 demitidos da PM que sempre alegaram terem sido excluídos da corporação por perseguição política do então governador César Borges na época do PFL e hoje no PR, que integra a base política do governador Wagner.Há um ano e cinco meses, a Associação dos Policiais da Bahia (Aspol) cuja diretoria é integrada por ex-demitidos, cobra o cumprimento da promessa de readmitir todos os perseguidos políticos nos governos passados. Sindicalistas como o sargento José Lourenço Dias, presidente da Aspol, foi um dos que apareceram no programa político de Wagner, na campanha de governador em 2006, reclamando da perseguição dos pefelistas e exibindo contracheque de PM para mostrar que, na época, o salário dos soldados baianos era um dos piores do Brasil. A Aspol reclama de que os demitidos já obtiveram na Justiça mandados de reintegração de posse e o retorno dependeria da vontade política do novo governo.Wagner explicou já ter feito a reintegração “se não me engano, de sete” e, ao ser indagado por que os outros também não foram, apesar de possuírem os mandados de reintegração, declarou: “Se for decisão judicial, não tem o que discutir. Agora precisa saber se a decisão judicial transitou em julgado, porque o cidadão ganha na primeira e eu, como Estado, tenho que recorrer.Se transitar em julgado e eu não cumprir uma ordem judicial, posso até receber ordem de prisão. Se alguém tem ordem judicial transitado em julgado é óbvio que já teria que ter cumprido”. Wagner insistiu que, enquanto não houver uma decisão judicial definitiva, é preciso estudar “caso a caso”, ponderando que não haverá problema em conceder anistia a quem mereça, mas ressalvou: “Não vou dar salvo conduto a qualquer tipo”. Burrice – O assunto propiciou ao governador manifestar sua insatisfação com as categorias de trabalhadores que realizam greves prejudiciais à sociedade, posição que garantiu ostentar desde a sua época de sindicalista. Ele apontou a impossibilidade de médico que atua no setor de emergência parar, mas foi mais crítico em relação aos rodoviários que vem realizando paralisações em Salvador transtornando a cidade em horários críticos como ocorreu semana passada.“Por exemplo, acho que pára o ônibus, mas não pode ‘empatar’ a vida dos outros. Você pára numa fila, faz seu protesto, mas deixa a vida das pessoas continuar. Até porque é uma burrice quando você ‘empata’, você chama a ira de todo mundo contra a sua causa e não a simpatia; o cidadão está indo para o aeroporto e é interrompido, ele pensa: ‘Pô, o que tenho a ver com isso? Eles querem brigar contra o governo e empatam minha vida?’”. Quem comanda o Sindicato dos Rodoviários de Salvador é o deputado J. Carlos, do PT, um dos quatro postulantes a ser o candidato petista na eleição de prefeito de Salvador.