terça-feira, 29 de abril de 2008

PT tem quatro pré-candidatos

Pellegrino, Pinheiro, J. Carlos e Luiz Alberto se inscrevem para as prévias
Cíntia Kelly - Correio da Bahia.
Aos 45 minutos do segundo tempo, os petistas interessados em disputar a prefeitura de Salvador fizeram inscrição para pré-candidato, ontem, no último dia do prazo. O primeiro a se inscrever foi o deputado estadual J. Carlos. Em seguida o secretário estadual da Promoção da Igualdade, Luiz Alberto. Depois, os dois favoritos na disputa interna, os deputados federais Nelson Pellegrino e Walter Pinheiro, oficializaram as suas inscrições. Com isso, fica cada vez mais longe o sonho da direção do PT de ter um candidato de consenso.
Mantido o panorama, os cerca de seis mil militantes aptos a votar vão escolher o pré-candidato do partido no dia 18 de maio, em locais que compreendem as 20 zonais. O primeiro a fazer a inscrição, por volta das 9h30 de ontem, J. Carlos disse que não abrirá mão de ser o nome do partido, como fez nas eleições de 2004. “Sou um nome novo do PT. Nunca disputei a prefeitura. Seria bom que os demais desistissem e houvesse consenso do meu nome”, argumenta J. Carlos, que tem a seu lado o fato de ter sido o deputado estadual do arco de aliança de Jaques Wagner mais bem votado em Salvador em 2006. Foram 23 mil votos.
O secretário Luiz Alberto inscreveu seu nome já no final da tarde, por volta das 16h. Ele reafirmou que a briga interna não deve se sobrepor à disputa que vai haver com os adversários do partido nas eleições de 5 de outubro. O secretário é outro que abriu mão da candidatura em 2004 em prol de Nelson Pellegrino, que naquele ano disputou a sua terceira candidatura ao Thomé de Souza.
O mais entusiasmado de todos e persistente, Nelson Pellegrino fez o lançamento da sua pré-candidatura no último sábado, onde conseguiu reunir cerca de mil pessoas no Colégio das Mercês. O secretário de Desenvolvimento Social, Valmir Assunção, a presidente da Conder, Maria Del Carmen, o ex-presidente do PT Marcelino Gallo, o deputado estadual Yulo Oiticica e o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, demonstraram a força que o nome de Pellegrino tem dentro da legenda, embora para alguns já esteja desgastado, afinal ele pode ir à quarta campanha à prefeitura de Salvador.
No lançamento da pré-candidatura, houve espaço para todo tipo de manifestação, desde críticas ao PMDB, passando pela administração do prefeito João Henrique, à desqualificação das pré-candidaturas de Antonio Imbassahy (PSDB), ACM Neto (DEM) e Raimundo Varela (PRB).
Pellegrino disse que para ser prefeito de Salvador é preciso “vontade”. Tensão - Último a fazer a inscrição, Walter Pinheiro começou o processo em que se discutiam as eleições de outubro sem mostrar interesse. Disse algumas vezes que só toparia ser candidato se partisse de um consenso do partido, não querendo, portanto, participar de prévias. Volta e meia diz que a prefeitura não é uma obsessão. Mesmo não sendo, fez a sua inscrição pouco antes das 18h, quando se encerrava o prazo.
Com as pré-candidaturas inscritas, a expectativa é que o clima fique mais tenso entre Pellegrino e Pinheiro, que andaram trocando farpas nas rádios de Salvador. Pellegrino costuma dizer que Pinheiro queria manter o apoio do partido ao prefeito João Henrique, enquanto, em resposta, o segundo afirma que o primeiro é pré-candidato desde 1996.
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Executiva vai manter decisão sobre BH
BRASÍLIA - O secretário-geral do PT nacional, o deputado federal José Eduardo Cardozo (SP), negou ontem a possibilidade da Executiva do partido rever o veto à aliança entre petistas e tucanos em Belo Horizonte (MG). Segundo ele, a decisão se baseou na necessidade de um projeto nacional que não interfere na relação do PT com o PSB. “Não há razão para rever a aliança na minha opinião. Nosso problema é na relação com o PSDB. O PSB é um partido irmão e queremos diálogo”, disse Cardozo.
A Executiva nacional do PT vetou a aliança com tucanos em Belo Horizonte, que vinha sendo costurada pelo prefeito da cidade, Fernando Pimentel (PT), com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), em torno da candidatura de Márcio Lacerda (PSB). Para justificar o veto, Cardozo afirmou que uma aliança dessa pode prejudicar as coligações do PT nas eleições presidenciais de 2010.
“Há apoios que podem parecer dificuldade em sua trajetória maior. Pode parecer a imagem de rendição a um projeto nacional”, disse. Irritado com o veto à aliança, o grupo de apoio de Pimentel ameaça recorrer à Justiça. Pimentel afirmou que “o PT nacional trata como inimigo um adversário que quer se transformar num aliado”. (Folhapress)
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Olívia defende candidatura e cobra reciprocidade
Osvaldo Lyra
A pré-candidata do PCdoB à prefeitura de Salvador, vereadora Olívia Santana, disse ontem que a candidatura do partido “é pra valer” e que está à procura de um vice para sua chapa. Em entrevista ao apresentador Emmerson José, do programa Fala Bahia, da rádio Bahia FM, ela negou que esteja usando a disputa como “balão de ensaio” para garantir a indicação na chapa de legendas de esquerda. “Se fosse pra buscar a indicação na vice, já seríamos”. Até porque, afirmou, “já recebemos alguns convites para isso”.
Olívia assegurou que o PCdoB possui capilaridade e estrutura suficientes para encabeçar um projeto próprio no município. “É importante que a gente diga que já apoiamos várias vezes. Agora é a nossa vez de sermos apoiados”, cobrou.
Após lembrar a origem humilde e as lutas empreendidas ao longo de sua trajetória política, a vereadora justificou a saída do PCdoB da prefeitura e a impossibilidade de apoiar a reeleição do prefeito João Henrique (PMDB). Ao criticar o peemedebista, ela disse que a atual administração é marcada por “factóides”, em detrimento de projetos “mais consistentes”. “João não tem rumo traçado. Basta ver a maneira como ele tratou o PDDU. Perdeu a grande chance de ouvir a população sobre o assunto ao resolver agradar apenas o empresariado”.
Ela teceu críticas ácidas ao prefeito ao afirmar ainda que a “participação popular” não poderia se restringir a um “mero” slogan ou estratégia de campanha. “O poder público deve interferir nos reais problemas da cidade”.
Olívia Santana ressaltou também que a maioria dos pré-candidatos ou já administrou Salvador ou já se candidatou várias vezes. Mostrando-se otimista, ela disse que se vê no segundo turno, mas que não teria problemas em apoiar outros candidatos de esquerda, caso seu nome não decole. “Não funcionamos com nomes, mas com partidos”, declarou.
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PPS promove seminário sobre violência
O PPS realiza amanhã, às 17h, no Hotel Tropical da Bahia, um seminário para discutir a saúde e a segurança pública em Salvador. De acordo com o pré-candidato do partido ao Palácio Thomé de Souza, Miguel Kertzman, a intenção é realizar um debate com técnicos e representantes da sociedade civil organizada, que possibilite a construção de propostas que deverão dar base ao programa de governo a ser apresentado pela legenda durante a próxima campanha eleitoral.
O pré-candidato e economista informou que esse será o segundo debate realizado na capital. O primeiro discutiu o “Plano Diretor de Desenvolvimento como uma oportunidade perdida e questões relacionadas ao planejamento urbano”. Nessa segunda plenária, vão ser analisados aspectos da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), pelo professor do Instituto de Saúde Coletiva da Ufba, Jairnilson Paim. A expectativa é que seja apresentado “uma nova modelagem para a saúde pública de Salvador”.
A especialista do núcleo de estudos da violência da Universidade de São Paulo (USP), Maria Fernanda Peres, vai tratar sobre estratégias bem-sucedidas implementadas por administrações municipais, a exemplo de Bogotá e Caracas. Já a jornalista Suzana Varjão, coordenadora da ONG Estado de Paz, vai abordar os aspectos que levam à motivações da violência.
Para Kertzman, a violência na capital baiana é preocupante, atingindo, principalmente, jovens negros e de baixa renda, moradores da periferia da cidade. “O que queremos com esse seminário é discutir experiências de sucesso no mundo em políticas públicas afirmativas de diminuição da violência”.
Acompanhado do pré-candidato durante uma visita à redação do Correio da Bahia, o vereador Virgílio Pacheco, também defendeu o modo de construção do programa de governo do partido que não se restrinja a diagnosticar erros e problemas da cidade. (OL)

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