sábado, 19 de abril de 2008

Pai e madrasta são indiciados pela morte de Isabella

Prisão preventiva do casal deverá ser pedida na próxima terça-feira
Correio da bahia
SÃO PAULO - Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram indiciados ontem pelo assassinato brutal da menina Isabella de Oliveira Nardoni, que completaria 6 anos ontem. Os dois foram indiciados pelo artigo 121 do Código Penal, que prevê homicídio qualificado, com os agravantes de que o crime foi cometido por motivo torpe e sem chances de defesa à vítima. O crime prevê pena de, no mínimo, 12 anos e, no máximo, 30 anos de prisão. A informação do indiciamento do casal foi dada pelo delegado Aldo Galeano, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), chefe de todos os delegados de polícia de São Paulo, perto do final do interrogatório de Alexandre Nardoni, por volta das 18h.
Embora Galeano tenha dito que o interrogatório estava terminando por volta das 18h, quase oito horas depois de iniciado, na verdade o depoimento de Alexandre foi interrompido às 19h para que todos lanchassem e foi retomado perto das 20h, mas os policiais garantiam que estava praticamente encerrado. Só depois disso teria início o depoimento de Anna Carolina Jatobá. A expectativa é que a madrasta começasse a falar por volta das 21h. Ao final do interrogatório da madrasta, previsto para terminar por volta da meia-noite, ela também seria formalmente indiciada, segundo Galeano.
O delegado disse ainda que os dois poderiam, durante a madrugada, ser submetidos a acareação para o confronto das versões dadas à polícia, consideradas divergentes e contraditórias. “Não posso dizer se confessaram ou não. Não posso revelar o que aconteceu no depoimento porque o caso está sob sigilo determinado pelo doutor Calixto (delegado Calixto Calil Filho, que comanda o inquérito) para não prejudicar o término da investigação. Por ora, só posso dizer que os dois foram indiciados pelo artigo 121. Ao final do inquérito, a polícia vai dar uma entrevista coletiva (o que pode acontecer na próxima terça-feira) para explicar todo o processo – disse Galeano, em entrevista coletiva na porta do 9º DP.
Ele disse que o caso está “praticamente solucionado”, mas que a polícia ainda não pediu a prisão preventiva do casal. “Para se fazer uma prisão preventiva deve se fazer com base na documentação, da avaliação de todos laudos. Ela precisa ser bem embasada, então não é o momento”, disse o delegado.
Amanhã e depois (feriado de Tiradentes), o delegado vai preparar o relatório do inquérito e o enviá-lo ao promotor Francisco Cembranelli na terça-feira, com a denúncia formal contra o casal. Neste dia, quando concluir o inquérito e relatar o crime, o delegado Calixto Calil deverá pedir a prisão preventiva do casal. O promotor deve aceitar a denúncia e reforçar o pedido de prisão preventiva ao juiz Mauricio Fossen. O magistrado é quem dirá se o casal ficará preso ou se aguardará o julgamento em liberdade.
***
Menina chegou ferida em casa
Rastro de sangue mostra que Isabella chegou ferida ao apartamento. Havia uma trilha de sangue ao apartamento que o assassino tentou disfarçar. Ela começava no carro de Alexandre Nardoni, 29 anos, e continuava a partir da entrada do apartamento. Por tudo isso, a perícia chegou à conclusão de que a menina Isabella de Oliveira Nardoni, que faria 6 anos ontem, chegou ferida ao apartamento do 6º andar do Edifício London, na Rua Santa Leocádia, na Vila Isolina Mazzei, zona norte. Essas são algumas das revelações do laudo da perícia do Instituto de Criminalística (IC), que colocam Alexandre na cena do crime.
A trilha de sangue foi produzida por pingos que caíram de uma altura de 1,2m ou 1,3m de altura, o que é compatível com a altura do pai da menina. A trilha começa no carro de Alexandre, o Ford Ka estacionado na garagem do prédio, e só foi revelada por causa do uso do luminol (substância química que mostra manchas invisíveis a olho nu). Havia sangue de Isabella na lateral direita da cadeira do bebê e entre os bancos, perto do freio de mão do veículo.
Além disso, havia sangue no encosto do banco do motorista. Além da porta do apartamento, a trilha continuava, passando ao lado da mesa com seis lugares e do sofá de couro preto.
Em seguida, os pingos mostraram que o assassino de Isabella levou a menina no colo pela sala onde estava a televisão de plasma de 50 polegadas até o corredor em direção dos quartos. Os exames de DNA comprovaram que o sangue de fato era de Isabella (AE e AG)

Nenhum comentário: