terça-feira, 22 de abril de 2008

Incêndio em coletivo deixa 14 pessoas feridas

Parentes das vítimas aguardavam notícias na porta do HGE
Luisa Torreão e Lília de Souza, do A TARDE
Um incêndio em um ônibus da empresa Vitral, linha Sussuarana R2, deixou 14 pessoas feridas, sendo 11 em estado grave, no final da tarde da segunda-feira, 21, na Avenida ACM, próximo ao supermercado GBarbosa. As vítimas, entre as quais três crianças, deram entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) no início da noite. Duas crianças, de 10 e 11 anos, foram encaminhadas ao centro cirúrgico. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o veículo transportava 60 pessoas.
Ainda não se sabe como o fogo começou, mas tudo indica que se alastrou a partir de material inflamável derramado no coletivo. De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros, Márcio Luiz Ribeiro, a maioria das vítimas teve queimaduras de 2º e 3º graus e a causa do incêndio será determinada pela perícia policial.
Segundo o cobrador Arthur Luiz Barreto, um homem acompanhado de uma mulher e duas crianças entrou no ônibus carregando oito latas de verniz. Por sua vez, um bombeiro, que não se identificou, levantou a hipótese de, na realidade, se tratar de latas de solvente. Uma das latas teria caído no chão e derramado, deixando cheiro forte no local. Um passageiro, então, teria se levantado e reclamado.
O ônibus continuou o trajeto até o ponto anterior ao supermercado GBarbosa (Av. ACM sentido Iguatemi), quando o fogo começou. “Se foi acidental ou de propósito, não posso dizer”, falou o cobrador. Na confusão, Reinilson Oliveira Conceição, 19, acabou ferindo o joelho e a bacia. “O pessoal gritava, e eu só vi uma fumaça preta vindo pra cima de mim. Acho que alguém jogou um fósforo ali, não ia pegar fogo sozinho”.
Aos 65 anos, a passageira Augusta Maria dos Santos era uma das mais nervosas. Sentada em um banco do ponto de ônibus, ela aguardava a ambulância do Grupo Salvar para levar a filha Joelma Maria dos Santos, 36 anos, que sentia fortes dores. “Foi um empurra-empurra, todo mundo aglomerado. Eu saí desesperada. Minha filha foi arrastada para fora e acabou perdendo celular e documentos”. Nervosa, Cristina Penalva aguardava no HGE notícias do marido, três irmãos e três colegas feridos no ônibus. Apenas o pai dela escapou. “Eles voltavam da casa da minha irmã”.
Segundo o diretor-geral do HGE, André Luciano Andrade, os adultos tiveram uma média de 70% da área corpórea queimada. “Ainda não é possível dizer se há risco de morte antes de 72 horas de avaliação”, declarou.
A policial do posto civil do HGE, Jaciara Gonzaga, acompanhou a entrada de alguns passageiros na unidade: “Os primeiros que chegaram estavam em estado bem grave, bastante queimados, soltando a pele”.
Veja os nomes de 13 das 14 vítimas: Caroline dos Santos Ribeiro, 10, Cláudio Nascimento de Souza, 25, Cléber Penalva de Souza, 31, Clebson Penalva de Souza, 25, Cleidiane Santos Menezes, 11, Daiane Barbosa Carvalho, 25, Daniela Damasceno de Jesus, 22, Joelma Maria dos Santos, 36, José Odorico da Silva Neto, 20, Kaliane dos Santos Ribeiro, 11, Márcia Thaís Souza dos Santos, 15, Reinilson Oliveira Conceição, 19, Valter de Jesus Santos, 41.

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