terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Greve de agentes penitenciários provoca adiamento de júri

Deodato Alcântara, do A TARDE

Por causa da greve dos servidores Penitenciários do Estado – movimento iniciado no último domingo –, o julgamento do réu Wilson Batista Bispo, 25 anos, que em 23 de junho do ano passado participou do assalto a ônibus que resultou em duas pessoas mortas e um ferida, foi adiado pela Justiça, na tarde desta terça-feira, 16. O juiz Moacir Pitta Lima Filho, da 1º Vara do Tribunal do Júri, aguardou por cerca de uma hora e meia, mas não houve agente penitenciário para retirar o réu da cela e entregá-lo à escolta policial que o conduziria do Presídio de Salvador ao Fórum Ruy Barbosa.

Pouco depois das 13 horas, conforme pauta, o magistrado Pitta Lima, o promotor de Justiça Jánio Braga (representante do Ministério Público, na acusação), a defesa do réu, defensor público Pedro Machado e jurados convocados para integrarem – após sorteio – o Conselho de Sentença estavam presentes no salão do júri. No entanto, faltava Wilson Bispo. Após contatos seguidos com a direção do Presídio, foi constatada a impossibilidade de retirada do preso da carceragem.

Frustração, principalmente para parentes e amigos das vítimas, que há cerca de um ano e meio aguardavam pelo julgamento. De acordo com o promotor Jânio Braga, o magistrado remarcou a data do júri popular para 10 de fevereiro do próximo ano.

CRIME - Na tarde de 23 de junho, Wilson e dois adolescentes – que, de acordo com a legislação brasileira, não podem ser submetidos a júri popular – iniciaram o assalto a um ônibus da empresa São Cristóvão, linha Pituba/Trobogy, na região do Itaigara, obrigando o motorista a desviar o percurso, enquanto os três saqueavam os passageiros.

A polícia foi avisada da ação e passou a seguir o veículo, o que levou os ladrões a obrigarem o motorista a dirigir em alta velocidade e pela contramão por três avenidas de grande movimento de veículos (Magalhães Neto, Antônio Carlos Magalhães e Paralela), até que o coletivo se chocou de frente com um Corsa onde viajavam três pessoas.

No automóvel, viajavam Pedro Benedito Braga da Silva, seu filho Godofredo Ribeiro da Silva e Jocimara de Andrade Reis. Os dois homens morreram enquanto Jocimara ficou com diversas seqüelas devido às lesões.

Depois da colisão, os assaltantes, que estavam armados, conseguiram fugir, mas foram detidos pouco tempo depois. Os dois adolescentes (então com 16 e 17 anos) foram levados ao antigo CAM, para medida socioeducativa sob responsabilidade do Juizado da Infância e Juventude.

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