sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cúpula da AL debaterá crise

Donaldson Gomes, do A TARDE

Os 33 homens e mulheres dirigentes da América Latina e Caribe estarão reunidos na Bahia para discutir soluções conjuntas para as dificuldades provocadas pela crise financeira internacional e a integração entre os povos. Anfitrião e promotor do encontro de quatro cúpulas – XXVI do Mercosul, América Latina e Caribe (Calc), Extraordinária da União das Nações da América do Sul (Unasul), e a Extraordinária do Grupo do Rio –, o Brasil quer reforçar a posição de liderança.



A escolha da Bahia para sediar o encontro é apontada por duas razões. Primeiro, pela simbologia, já que o encontro se apresenta como diferente por preterir da presença das nações desenvolvidas. “Queremos que esta cúpula tenha cara diferente”, ressalta o responsável pela coordenação, o embaixador Ruy Pereira. Por isso um destino fora do tradicional eixo Rio-São Paulo.



Em segundo lugar, existe a preocupação com a segurança, o que tornou o complexo de Costa do Sauípe o local ideal. Os chefes de Estado vão se reunir a 105 km da capital baiana. A estrutura conta com 1,1 mil apartamentos para acomodar os visitantes. Até ontem, estavam inscritos 600 delegados oficiais e 4,5 mil pessoas credenciadas.



O esquema de segurança, sob os cuidados do general Ferreira, comandante da 6ª Região Militar, vai contar com dois mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica, polícias Federal, Civil e Militar, além de guarnições do Corpo de Bombeiros.



No local, a equipe de segurança vai dispor de sistemas de comunicação (rede de rádio, rede de telefonia celular, videoconferência, rede de telefonia via satélite, entre outras), destacamento contra terror, controle do estacionamento e de circulação de pessoas, defesa aeroespacial, defesa marinha, prevenção e combate a incêndios e um centro cartorial, com equipes das polícias Civil, Militar, Federal e o Exército, peritos e legistas.



Outra medida relacionada à segurança diz respeito a dias e horários de chegada dos chefes de Estado. Foi adiantado apenas que os mesmos irão para Costa do Sauípe de helicópteros. A linha verde deverá ser utilizada pelas delegações.



Agenda – Para Ruy Pereira, o principal avanço que o encontro pode trazer diz respeito à criação do Fundo Aduaneiro do Mercosul. Nem mesmo a cautela de muitos países por conta da crise internacional devem impedir algumas decisões. “O Brasil já não tem tantas restrições às quedas destas barreiras. O País sempre resistiu porque é o que tem a maior arrecadação e potencialmente teria mais a perder. Agora percebeu que isto emperra o desenvolvimento do Mercosul”, pondera.



Além da agenda oficial, entre os dias 13 e 15 estão previstos encontros em Salvador entre representantes de movimentos sociais de toda a América. Os grupos dizem que irão tentar fazer chegar aos chefes de Estado e governo cartas cobrando ações contra os efeitos da crise internacional, segurança alimentar, questões climáticas, ambientais e cidadania.


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