sábado, 14 de junho de 2008

Viagem inusitada sem sair do Porto

Liana Rocha, do A TARDE
Quando Daniela Lerner o conheceu, há seis anos, foi correndo telefonar para a mãe. Queria porque queria apresentá-lo. A mãe, Izabel, achou que não valia a pena a viagem até Pernambuco, e não foi. Hoje, é justamente ela a maior fã daquele a quem brejeiramente chama de “erótico e exótico“.


O que mais parece uma historinha de amor com final feliz é... exatamente isso. Sucumbindo ao encanto do chef pernambucano Douglas Van Der Ley e de sua culinária extravagante, Daniela só sossegou quando finalmente conseguiu trazê-lo a Salvador.

É ele quem comanda as panelas do mais novo restaurante da cidade, o Porto Gourmet, empreendimento conjunto da família Lerner e de Eugênia e Ticiano Leony. Nessa intensa temporada baiana, Douglas já virou cidadão honorário e tem se desdobrado entre o Porto e o É, em Recife, o restaurante que tornou famoso seu espírito inovador.

Culinária arriscada – A aposta da culinária desse descendente de holandeses (daí o nome que parece até uma versão estilizada do brasileiríssimo vanderlei) pode ser arriscada, mas compensa – e muito – quem resolve “pagar pra ver“.

A ousadia de sua cozinha vem, antes de mais nada, da inusitada mistura de ingredientes e sabores nunca dantes combinados. Assim, pratos como o sushi de foie gras podem até assustar os mais conservadores, mas nada que boas bocanhadas não resolvam. “As pessoas devem vir se permitindo, querendo provar“, convida Douglas.

Por isso o cardápio inova até nas entradas. Sem couvert, a idéia é que as pessoas dividam e se divirtam com o prato, que pode ser Coxinhas de Codorna Imperiais: coxinhas de codorna cozida no vinho do porto e envoltas em massa de batata com empanamento crocante, servidas sobre molho de vinho picante com mel agridoce.

Ou um dos pratos com foie gras, que não vem só envolto em arroz e alga. O acepipe, um dos preferidos do chef, também está bem acompanhado tanto com uma farofa de caramelo crocante, como sobre torradas com geléia de cacau. As duas versões conseguem aliar o sabor untuoso e delicioso do fígado, à uma doce delicadeza.

“O cardápio vai mudar sempre. Quem vier, nunca vai comer igual“, promete – e cumpre – Douglas, que com suas invenções, cria uma alquimia que não parece com nada conhecido.
A proposta diferente do cardápio passa também pelo conceito do restaurante, que considera que o produto vendido ali não é a comida, e sim o momento especial a ser desfrutado no local, como explica Daniela.

O Porto Gourmet também tem o primeiro buffet giratório da Bahia – de deixar tonto qualquer amante de comida japonesa, um aquário com vieiras fresquíssimas e um atendimento afinadíssimo.
Restaurante Porto GourmetRua Lafayete Coutinho, 496, Edf. Porto Trapiche Residence, Comércio | Tel. 3243-1177

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