domingo, 8 de junho de 2008

Esquenta a venda clandestina de fogos

Apesar dos riscos de acidentes, ambulantes comercializam os artefatos em locais inadequados
Camila Vieira - Correio da Bahia

Com a proximidade do São João a venda clandestina de fogos de artifício está cada vez mais intensa. É possível encontrar os artefatos nos quatro cantos da cidade. Além dos ambulantes que montam seus tabuleiros em bairros populares, o comércio também é feito nas feiras livres. Próximo a áreas residenciais e estabelecimentos de ensino, a venda ilustra o desrespeito à legislação e põe em risco a população. De acordo com a Lei Estadual 6.465, de 1997, o comércio só é permitido, temporariamente, em locais determinados pelo poder público e mediante autorização da Polícia Técnica, que estuda as condições de segurança para a atividade.

Nas barracas ilegais de fogos de artifício encontradas pela cidade, os mais diversos tipos de artefatos são vendidos. Em vez de assustar, a diversidade atrai os consumidores. Rojões, bombas e até morteiros estavam amontoados numa barraca logo na entrada da Feira de São Joaquim, perto de estabelecimentos que vendem alimentos, produtos de limpeza e cestos de palhas. “Todo ano eu vendo. Esse é um dinheiro certo”, disse Eduardo Jesus da Silva, 31 anos, aparentemente despreocupado.

O comerciante atua há 20 anos em São Joaquim e jamais foi incomodado pela fiscalização. “Nunca me proibiram de vender minhas mercadorias”, diz ele, acrescentando que a procura aumenta a cada dia. “Na próxima semana vai ficar melhor ainda”, prevê. Há quem compre os artefatos na feira para revender no bairro onde mora. É o caso da doméstica Carina Santos, 32 anos. Depois de pesquisar nas três barracas de São Joaquim, escolheu o preço mais em conta e levou dezenas de bombas, foguetinhos e traques de massa. “Ano passado, ganhei uma grana boa. Este ano, vou ganhar de novo”, disse a vendedora que reside no Lobato.


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