sábado, 14 de junho de 2008

Presos suspeitos da chacina de Mussurunga

Por Silvana Blesa
Em menos de uma semana da maior chacina ocorrida na comunidade da Baixinha de Mussurunga, a polícia prendeu cinco homens que teriam participado da matança de sete pais de família, sem qualquer envolvimento com a criminalidade. Conforme o secretário de Segurança Pública, César Nunes, outros seis envolvidos já foram identificados e estão com o pedido de prisão provisória decretado. “Estamos trabalhando intensamente com as investigações e em breve estaremos prendendo o restante da quadrilha”, revelou o secretário.
A titular da delegacia de Homicídio, Inalda Cavalcante, disse que os cinco acusados pelo crime foram presos em Mussurunga e em outros bairros da capital. Eles foram identificados como Jailson Santana Rodrigues, de 21 anos, apelidado de “Foinha”; Fernando da Cruz Rosário, 18, o “Bruno”; Alan Silva dos Anjos, 24; Marlon Eider Santos da Silva, 18, e Danilo Gomes dos Santos, 20. Todos foram apresentados na tarde de ontem na Secretaria de Segurança Pública.
Os acusados seriam membros da quadrilha liderada por Paulo Sérgio da Silva Soares, 20, o “Paulinho” que comanda o tráfico no Beco do Bozó, na Baixinha de Mussurunga, mas negaram envolvimento com a chacina e com o tráfico. Eles ressaltaram que a polícia está querendo elucidar o crime prendendo inocentes. “Não tenho envolvimento com essas mortes. Sou inocente, acho que eles, (a polícia) tem que prender quem fez isso, não a gente, que não tem nada a ver nesse caso”, disse Marlon. Danilo também se defendeu, dizendo que no dia dos crimes estava em sua residência, dormindo. “Eu não sei quem fez isso, mas afirmo que não matei ninguém. Ele não nega conhecer os demais acusados presos, mas afirmou que não faz parte de nenhuma quadrilha.
Conforme a Tribuna da Bahia divulgou no dia seguinte à chacina, o motivo das mortes foi vingança contra o grupo liderado por um traficante apelidado de “Carlinhos” que comanda a boca-de-fumo na área da Cascalheira, situada na comunidade de Baixinha de Mussurunga, onde as mortes aconteceram. Ele teria invadido o território de “Paulinho” na sexta-feira da semana passada para tomar o ponto de drogas e atirou em Jerry Adriani, o “Binho” pertencente ao grupo de “Paulinho” e matou Robson Costa Silva, 33, um morador da área protegida pelos marginais e que não tinha ligação com o crime. Para revidar, “e mostrar como se mata inocentes”, o bando de “Paulinho”, apoiado pelo traficante Renildo dos Santos Nascimento, 26, o “Aladim”, que domina o tráfico da área da Nova Constituínte no Subúrbio Ferroviário, organizou a invasão, disponibilizando armamentos pesados para as execuções.
Paulinho formou um grupo de 11 traficantes e na noite do último sábado invadiu a Cascalheira à procura de “Carlinhos”, foi na residência de sua família, mas não o encontrou. Então a quadrilha se deslocou para os bares onde “Carlinhos” era acostumado a freqüentar juntamente com o seu bando. Como não foi encontrado, “Paulinho” mostrou como se matava inocentes e tirou as vidas de Evanildo Nascimento Santana, Alcides Magalhães, 37 anos, Luís Carlos Conceição, 31, Rodrigo Conceição, 25, Luís Carlos Silva dos Anjos, 32, Eraldo Pereira Lima Filho, 34, e Gecildo Nascimento Oliveira, 45. No ataque ficaram baleados Gildo Azevedo da Silva, 32, e Aderaldo dos Santos Cerqueira, 34, que só escaparam da maior chacina jamais vista na Bahia porque se fingiram de mortos.
A polícia está à procura de Paulo Sérgio da Silva Soares, o “Paulinho” tido como o líder do tráfico no Beco do Bozó, além de seus comparsas Jerry Adriani o “Binho”, Thiago Costa Santos, 19, Rubem Brito, um homem de prenome Rone e Renildo dos Santos Nascimento, o “Aladim”. Este último é acusado de comandar várias execuções no Subúrbio e na área de Mussurunga, além de disponibilizar armamentos pesados como metralhadoras, escopetas, pistolas 9 mm.
A quadrilha comandada por “Carlinhos” também está sendo procurada pela polícia. Ela age na região da Cascalheira e vive em intensa disputa do tráfico para dominar o território de “Paulinho”.
Os comparsas do bando de “Carlinhos”, identificados por moradores do bairro, seriam Kleber, “Tapioca”, Leandro, Napólio e “Bolota” que se encontram foragidos.

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