sábado, 14 de junho de 2008


Capa Tribuna da bahia



São João da Praça Municipal tem atrações

Estão confirmados todos os nomes das atrações que vão animar a Festa de São João na Praça Municipal, em Salvador. Os festejos começaram ontem, e hoje, uma das atrações será Bruninho do Acordeon, enquanto amanhã os destaques são o Maestro Reginaldo e Kurral Dance. O secretário Domingos Leonelli estará no Pelourinho participando do São João da Bahia, considerada a maior festa regional do Brasil.
“A formatação da Festa de São João como um produto turístico nacional já é um sucesso, pois temos a confirmação de que mais de 10 mil turistas compraram os pacotes oferecidos pela operadora CVC”, diz Leonelli, destacando que o governo investiu na contratação de mais de 60 artistas para animar a festa no Centro Histórico de Salvador.
As atrações da Praça Municipal são as seguintes: hoje, Forró Bregaço, André Macedo, Bruninho do Acordeon; amanhã, Maestro Reginaldo, Forró D’ocês
Kurral Dance; 20/06 (sexta-feira), Márcia Porto, Pede Cerva, Ed Bala; 21/06 (sábado), Dinho Oliveira,Forró do Alemão, Zé Costa; 22/06 (domingo), Xote no Pé, Forró Danado de Bom, Forrozada; 23/06 (segunda-feira), Chiado da Chinela, Brilho do Forró, Forró Site; 24/06 (terça-feira), Val Macambira, Eugênio Cerqueira, Flávio Santos; 28/06 (sábado), Vulcão Aceso, Vinte Xote 1 Galope, Forró Bandido; 29/06 (domingo), Flor de Maracujá, Neto Balla, Zabumbaião, Uas/al; 12/06/08.
A Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET), através da Gerência de Educação para o Trânsito (Gedut), vai lançar no sábado (dia 14), às 8 horas, no posto de combustíveis Mataripe (BR), na Avenida Bonocô, a Campanha de São João 2008. Utilizando o mote “Curtir o São João pode. Beber e dirigir não pode”, a ação tem caráter educativo no sentido de alertar os motoristas para evitar o consumo de bebidas alcoólicas nas festas juninas.
A campanha vai enfatizar as normas de trânsito e os riscos de acidentes causados pela associação álcool e direção. “Iremos abordar motoristas para lembrá-los da obediência às leis do trânsito. Vamos colocar faixas em avenidas movimentadas, como Paralela, Bonocô e Garibaldi e na Rótula do Abacaxi”, explica a gerente da Gedut, Mirian Bastos.
Na próxima semana, avisa Mirian Bastos, as abordagens educativas da SET prosseguem em portas de escolas, faculdades, bares e restaurantes com distribuição de material informativo, visando coibir os abusos e irregularidades de motoristas.
Mirian lembra que - apesar de estar no Senado a Medida Provisória do Governo Federal que prevê a proibição da ingestão de bebida pelo motorista - o Artigo 165 do Código Brasileiro de Trânsito estabelece como infração o motorista flagrado com mais de 0,6 dg (decigrama) de álcool no sangue, sujeito a perda de sete pontos na carteira de habilitação, além de multa e até apreensão do veículo.

RG do pai é necessário

O estudante de jornalismo, Gabriel Rego, 22 anos está entre as milhares de pessoas que adquiriram o reconhecimento de paternidade no documento, por meio do Ministério Público. Segundo ele, incluir o nome de seu pai no RG não mudou muito a sua vida, mas preencheu uma necessidade. “Por muito tempo passei por um constrangimento. As pessoas perguntavam porque não tinha o nome de meu pai no documento”, relata. O fato aconteceu ano passado, sem precisar da realização de exame de DNA.
Homens de baixa renda que não possuem recursos financeiros para constituir uma família. Esse é resumo do perfil dos pais que ignoram a existência dos filhos. De acordo com as premissas do Núcleo, todos têm o direito de saber sobre sua verdadeira identidade.
Além disso, o nome do pai no registro da pessoa é necessário para que ela possa usufruir de todos os direitos decorrentes da condição de filho e cidadão, dentre estes, o direito de pedir pensão alimentícia, de herdar os bens deixados pelo pai por ocasião de falecimento, de receber eventual pensão por morte, etc.
Conforme informações do Núcleo, reconhecimento de paternidade é o ato do pai de comparecer ao Cartório, pessoalmente, e solicitar a inclusão do seu nome no registro de nascimento do filho, depois deste já ter sido registrado apenas em nome da mãe. Quando se tratar de filhos maiores de 18 anos, estes só podem ser reconhecidos pelo pai com a concordância do filho. Para tanto, basta que todos compareçam ao cartório onde foi feito o registro de nascimento do filho, e declarem a paternidade perante o Oficial de Registro.
Caso o pai se recuse a fazer o reconhecimento de forma espontânea, a mãe deverá comparecer ao Ministério Público e solicitar a intermediação do Promotor de Justiça, o qual convidará o pai para uma audiência de conciliação. Havendo aceitação do reconhecimento, será lavrado um termo de reconhecimento, que será enviado ao cartório para averbação. Não havendo o reconhecimento, o promotor ingressará com uma ação de investigação de paternidade, sem qualquer custo da mãe. Quem tiver dúvidas sobre o assunto deve procurar o Promotor de Justiça.

14.590 jovens com pais ignorados

Por Lilian Machado
No registro civil de Manoela, 14 anos, os dados de seu nascimento aparecem incompletos. A ausência do nome do pai é uma constante lacuna que ultrapassa o papel e deixa um vazio em sua história de vida. O caso da adolescente reflete uma realidade muito comum a milhares de pessoas que não têm a denominação do genitor no documento de certidão. Somente nas escolas da rede municipal e estadual de Salvador existem 14.590 crianças e adolescentes com o nome do pai ignorado.
O Ministério Público Estadual (MP-BA), através do Núcleo de Paternidade Responsável (Nupar) tem buscado amenizar essa problemática. Entre os anos de 2005 e 2007, o Projeto já conseguiu o reconhecimento de paternidade de 16.181 crianças e adolescentes. O assunto foi discutido ontem na sede do MP, em Nazaré, durante um evento direcionado aos gestores de escolas da rede pública de ensino da capital.
“É impossível não ligar a questão da ausência paterna com o fracasso escolar. A maioria dos problemas relacionados a educação estão associados a dilaceração familiar. Na escola onde trabalho, dificilmente vemos uma família com a estrutura de pai, mãe e filho morando em uma mesma casa. Além disso, existem aqueles que nunca vão ter a chance do reconhecimento paterno no documento, pois já perderam seus pais em situação de violência”, enfatiza a professora e diretora do Centro Municipal de Educação Infantil, em Cosme de Farias. Ela lembra que esse é um caso freqüente nas escolas das comunidades de baixa renda de Salvador.
De acordo com o promotor do MP, Lidivaldo Brito, o Projeto de Reconhecimento de Paternidade é importante para sensibilizar os pais “a esse direito inalienável das crianças e adolescentes” de possuírem o nome do pai no documento civil. O programa funciona através de uma parceria com as Secretarias Estadual e Municipal de Educação que, após o prazo de finalização das matrículas enviam a relação dos alunos com paternidade ignorada para o órgão.
O promotor explica que, a partir da listagem em poder do MP, a ação do órgão consiste em ouvir as mães e os supostos pais à respeito da paternidade. Em seguida, é providenciado o reconhecimento espontâneo. “É feito um trabalho de conscientização e se o pai tiver dúvidas poderá fazer o exame de DNA. Se houver ainda uma resistência para o reconhecimento e a realização do exame, o MP entra com uma ação de investigação de paternidade, que trata-se de um processo judicial, onde são observados outros tipos de provas”, esclarece.
O exame de DNA é realizado através de um convênio com o laboratório do Grupo de Apoio a Crianças com Câncer (Gacc) que cobra R$250 pelo teste, sendo que o valor pode ser parcelado. Os pais que moram no interior são também atendidos pela Promotoria de Justiça de cada município. Nos casos de exame de DNA, o próprio órgão providencia a coleta da saliva da pessoa, guarda em uma caixa acondicionada e encaminha para o Gacc na capital.
Ano passado foram realizados 6.380 reconhecimentos, 2.674 análises de DNA e foram geradas 1.988 ações de investigações de paternidade em toda a Bahia. Quando o pai é encontrado e aceita a intervenção, o prazo para o término de todo o processo acontece em 60 dias. No entanto, quando a questão passa para ação de investigação, o prazo pode durar até três anos.
Conforme, a coordenadora do Nupar, promotora de Justiça, Ana Paula Bacelar Bittencourt, há o impacto social grande, pois a partir do momento que a criança e ou o adolescente tem a figura do pai no documento, ela poderá cobrar afeição e estrutura material. Além do reconhecimento paterno, o nome no registro civil assegura o acordo para a alimentação do jovem.

Por vingança, bando de Aladim tenta matar policial

Por vingança quatro bandidos atiraram no policial civil Flávio Querino de Morais, de 36 anos. A tentativa de morte aconteceu na tarde de ontem, na Ribeira, quando o agente estava chegando em sua residência. Atingido em várias partes do corpo, o agente conseguiu pedir socorro, seguindo-se uma longa perseguição aos bandidos, que acabou em Santa Mônica, onde três criminosos foram baleados e um terminou preso. Todos eles pertencem à quadrilha de Aladim, que teria ordenado a execução. O policial está internado no Hospital Agenor Paiva e seu estado é preocupante.
O delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos, Antônio Cláudio Oliveira, revelou que há cinco meses o policial teria participado da prisão de traficantes da quadrilha de Renildo dos Santos Nascimento, de 26 anos, o “Aladim” o mesmo acusado de participação na chacina de Mussurunga. Essa informação foi dada pelo bandido preso na ação de ontem, Roberto Almeida dos Santos. Os três feridos a tiros pela polícia foram levados para o Hospital Geral do Estado.
Os quatro bandidos estavam em um veículo Fiat Pálio de cor verde e já esperava de tocaía o policial retornar para sua residência. Quando o agente conversava com sua esposa, a irmã e a sogra, os marginais encostaram o veiculo próximo da residência da vítima e atiraram contra o policial. Ele foi atingido na barriga, e costas, sendo socorrido em estado grave para o Hospital Agenor Paiva, no bairro do Bonfim. Os bandidos fugiram em disparada, mas os policias civis agiram rápido e seguiram no encalço do carro dos agressores.
Houve intensa troca de tiros na Avenida San Martin, mas os bandidos conseguiram seguir até o bairro de Santa Mônica, local onde abandonaram o veículo e seguiram por uma invasão. Os agentes conseguiram balear três dos criminosos que não foram identificados, sendo socorridos para o HGE. Roberto Almeida dos Santos, de 19 anos, foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia de Furtos e Roubos, onde foi ouvido pelo delegado e acabou contando que foi a mando de “Aladim” que iriam matar o policial.
O agente Flávio estava no terceiro dia de férias. Ele é lotado na Delegacia de Furtos e Roubos, mas atua na guarnição da Visão Noturna. Ontem o policial passou por cirurgias e precisou de doação de sangue. A família do agente não quis falar com a imprensa.

Trote causa terror em Mussurunga e colégios suspendem as aulas

Alunos e professores dos colégios de Mussurunga viveram ontem um dia de muita tensão e as aulas foram suspensas. Tudo por causa de um trote dizendo que os colégios seriam invadidos por traficantes. Tudo começou no início da manhã quando alguém ligou para a direção do Colégio Raul Sá, informando que dois corpos teriam sido encontrados no pátio do Colégio Dirlene Mendonça, em Mussurunga II, e ao lado haveria um bilhete informando que tanto o Raul Sá como o Colégio Padre Palmeiras e o Colégio Nilton Sucupira seriam invadidos.
Mesmo depois de comprovado que não havia corpos, nem bilhete nem ameaças, a notícia ganhou a boca do povo e se espálhou por todo conjunto Mussurunga, nascendo o temor de uma ação violenta como a ocorrida na noite de sábado passado na Baixinha de Mussurunga. Por precaução, as aulas foram suspensas nos colégios ontem.
O temor maior foi no Colégio Raul Sá, onde a atividade de traficantes é intensa e conhecida pela direção do colégio que evita adotar medidas, como denunciá-los, temendo vingança. Alunos fumam maconha nas dependências da instituição e a droga é passada livre e impunemente.

Presos suspeitos da chacina de Mussurunga

Por Silvana Blesa
Em menos de uma semana da maior chacina ocorrida na comunidade da Baixinha de Mussurunga, a polícia prendeu cinco homens que teriam participado da matança de sete pais de família, sem qualquer envolvimento com a criminalidade. Conforme o secretário de Segurança Pública, César Nunes, outros seis envolvidos já foram identificados e estão com o pedido de prisão provisória decretado. “Estamos trabalhando intensamente com as investigações e em breve estaremos prendendo o restante da quadrilha”, revelou o secretário.
A titular da delegacia de Homicídio, Inalda Cavalcante, disse que os cinco acusados pelo crime foram presos em Mussurunga e em outros bairros da capital. Eles foram identificados como Jailson Santana Rodrigues, de 21 anos, apelidado de “Foinha”; Fernando da Cruz Rosário, 18, o “Bruno”; Alan Silva dos Anjos, 24; Marlon Eider Santos da Silva, 18, e Danilo Gomes dos Santos, 20. Todos foram apresentados na tarde de ontem na Secretaria de Segurança Pública.
Os acusados seriam membros da quadrilha liderada por Paulo Sérgio da Silva Soares, 20, o “Paulinho” que comanda o tráfico no Beco do Bozó, na Baixinha de Mussurunga, mas negaram envolvimento com a chacina e com o tráfico. Eles ressaltaram que a polícia está querendo elucidar o crime prendendo inocentes. “Não tenho envolvimento com essas mortes. Sou inocente, acho que eles, (a polícia) tem que prender quem fez isso, não a gente, que não tem nada a ver nesse caso”, disse Marlon. Danilo também se defendeu, dizendo que no dia dos crimes estava em sua residência, dormindo. “Eu não sei quem fez isso, mas afirmo que não matei ninguém. Ele não nega conhecer os demais acusados presos, mas afirmou que não faz parte de nenhuma quadrilha.
Conforme a Tribuna da Bahia divulgou no dia seguinte à chacina, o motivo das mortes foi vingança contra o grupo liderado por um traficante apelidado de “Carlinhos” que comanda a boca-de-fumo na área da Cascalheira, situada na comunidade de Baixinha de Mussurunga, onde as mortes aconteceram. Ele teria invadido o território de “Paulinho” na sexta-feira da semana passada para tomar o ponto de drogas e atirou em Jerry Adriani, o “Binho” pertencente ao grupo de “Paulinho” e matou Robson Costa Silva, 33, um morador da área protegida pelos marginais e que não tinha ligação com o crime. Para revidar, “e mostrar como se mata inocentes”, o bando de “Paulinho”, apoiado pelo traficante Renildo dos Santos Nascimento, 26, o “Aladim”, que domina o tráfico da área da Nova Constituínte no Subúrbio Ferroviário, organizou a invasão, disponibilizando armamentos pesados para as execuções.
Paulinho formou um grupo de 11 traficantes e na noite do último sábado invadiu a Cascalheira à procura de “Carlinhos”, foi na residência de sua família, mas não o encontrou. Então a quadrilha se deslocou para os bares onde “Carlinhos” era acostumado a freqüentar juntamente com o seu bando. Como não foi encontrado, “Paulinho” mostrou como se matava inocentes e tirou as vidas de Evanildo Nascimento Santana, Alcides Magalhães, 37 anos, Luís Carlos Conceição, 31, Rodrigo Conceição, 25, Luís Carlos Silva dos Anjos, 32, Eraldo Pereira Lima Filho, 34, e Gecildo Nascimento Oliveira, 45. No ataque ficaram baleados Gildo Azevedo da Silva, 32, e Aderaldo dos Santos Cerqueira, 34, que só escaparam da maior chacina jamais vista na Bahia porque se fingiram de mortos.
A polícia está à procura de Paulo Sérgio da Silva Soares, o “Paulinho” tido como o líder do tráfico no Beco do Bozó, além de seus comparsas Jerry Adriani o “Binho”, Thiago Costa Santos, 19, Rubem Brito, um homem de prenome Rone e Renildo dos Santos Nascimento, o “Aladim”. Este último é acusado de comandar várias execuções no Subúrbio e na área de Mussurunga, além de disponibilizar armamentos pesados como metralhadoras, escopetas, pistolas 9 mm.
A quadrilha comandada por “Carlinhos” também está sendo procurada pela polícia. Ela age na região da Cascalheira e vive em intensa disputa do tráfico para dominar o território de “Paulinho”.
Os comparsas do bando de “Carlinhos”, identificados por moradores do bairro, seriam Kleber, “Tapioca”, Leandro, Napólio e “Bolota” que se encontram foragidos.


Capa Correios da bahia



Cruz das Almas: 20 pessoas se queimam em festa

Vinte pessoas tiveram queimaduras na primeira noite da festa de São João de Cruz das Almas. Todos foram encaminhados com ferimentos leves ao Hospital da Santa Casa de Misericórdia.

Confira o especial de São João que o iBahia preparou para você

Os festejos tiveram início na noite de sexta-feira (13), com a festa do casamento do Ceat (Colégio Estadual Alberto Torres).

A comemoração, onde alunos do colégio fazem parte do casamento, termina sempre com a apresentação das arrojadas acrobacias das espadas.


300 mil pessoas vão passar o São João no interior

A tradicional festa de São João vai levar 300 mil pessoas para curtir o arrasta-pé no interior do estado. Pela rodoviária, devem passar cerca de 220 mil passageiros – 20% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

Pelo ferry-boat, a expectativa da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba)) é de que sejam transportados 80 mil passageiros e 6,5 mil veículos (ida), num aumento de 10%.

As cidades mais procuradas são Amargosa, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Euclides da Cunha, Senhor do Bonfim, Juazeiro, São Félix, Cachoeira, Jacobina, Irará, Conceição de Feira, Piritiba, Irecê, Sapeaçu, Ruy Barbosa, Lençóis, Ipirá, Jequié e Vitória da Conquista.

Este ano, com o incentivo do governo estadual em realizar vários arraiás em Salvador, também terá um grande fluxo de pessoas vindo do interior da Bahia e de outros estados.

Na rodoviária, as empresas de ônibus vão disponibilizar 1,5 mil horários extras. A procura por passagens se intensificou a partir da última terça-feira (10) e até as 16h desta quinta (12) já tinham sido abertos 810 horários extras. A Agerba está recomendando aos usuários que procurem antecipar a compra dos bilhetes, evitando a concentração de filas nos guichês das empresas.

A TWB, concessionária do ferry-boat, vai operar com cinco embarcações na travessia Salvador/Bom Despacho, com navios a cada 30 minutos, em regime de 24 horas, caso a demanda exija. Os principais horários do Sistema de Passagens de Hora Marcada já foram vendidos, mas os usuários podem obter uma consulta atualizada dos bilhetes disponíveis pelo Disk-ferry (3254-1020).

Passageiros em pé- Um aviso importante: a viagem de passageiros em pé permanece proibida. A empresa que não cumprir a determinação pagará multa de R$ 283 por passageiro. A Agerba colocará equipes de plantão, em regime de 24 horas, que atuarão na fiscalização dos ônibus e no atendimento aos usuários.

A agência estadual recomenda também aos passageiros que evitem o transporte clandestino. Reclamações podem ser feitas à Ouvidoria da Agerba, todos os dias da semana, das 7h às 18h, pelo 0800-710080.

Bahia tem número maior de títulos eleitorais cancelados

Segundo o TRE, mais de 745 mil documentos foram anulados no estado
Osvaldo Lyra

A Justiça Eleitoral cancelou 1.866.020 títulos de eleitores de 24 estados brasileiros. Deste total, 1.287.562 foram cancelados em 1.128 municípios por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujo eleitorado em 2007 era superior a 80% da população. Os 578.458 eleitores restantes foram punidos através da revisão determinada pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Segundo informações da Justiça Eleitoral, a Bahia foi a unidade da federação que mais cancelou títulos. O TSE divulgou 677.790, mas a assessoria de imprensa do TRE baiano afirmou que o número é 745 mil. A justificativa para isso era de que a corte nacional não teria feito ainda o processamento de todos os dados enviados para Brasília.

Ao todo, foram feitas revisões nos cadastros de 199 cidades da Bahia, motivadas, na sua maioria, pela transferência irregular de eleitores, ou seja, quando um político induz o cidadão a se alistar numa cidade que não é o seu domicílio eleitoral. A assessoria do TRE baiano informou ainda que houve cidade em que a população local era menor do que o número de eleitores cadastrados. O nome não foi revelado pelo órgão.

Revisão – A assessoria do TRE informou, ontem, que a revisão cadastral dos títulos de eleitores foi solicitada ao TSE em 2007, devido a denúncias de arbitrariedades praticadas por candidatos e partidos políticos. Na verdade, o “pente-fino” foi estendido a 1.128 dos 5.564 municípios do país, o que envolveu quase um quarto das cidades brasileiras. Desta forma, 6.812.962 eleitores de 24 estados deveriam ter comparecido ao cartório eleitoral do seu município para regularizar a situação.

A intenção era regularizar o cadastro eleitoral, com o objetivo de acabar com irregularidades cadastrais, evitando fraudes no próximo pleito municipal. Além disso, disse a assessoria do TRE baiano, o procedimento queria “corrigir outras irregularidades como a exclusão de eleitores já falecidos e que ainda estavam cadastrados”.

O processo de revisão nos cadastros eleitorais está previsto no artigo 92 da Lei das Eleições (Lei 9.504/97). E, além da transferência irregular de eleitores, o TSE prevê exclusão para casos em que o total de transferências de títulos do ano é 10% maior em relação às transferências do ano anterior e o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e 15 anos, somados também os com mais de 70 anos. Os três requisitos devem ser cumpridos simultaneamente.

Conclusão – O número final dos eleitores aptos a votar nas próximas eleições municipais só deverá ser conhecido pela população em meados de julho. Apesar de o prazo para o alistamento e pedido de transferência de domicílio eleitoral ter encerrado no último dia 7 de maio, a assessora de imprensa do TRE baiano, Cezaltina Lélis, disse que o processo de formatação e auditoria nos dados levantados demandava tempo. Ela informou ainda que o processamento do cadastro só será finalizado próximo ao dia 27. “Só nesse período saberemos qual a real situação da Bahia, que tinha na eleição de 2006 mais de nove milhões de eleitores, sendo que destes, 1,6 milhão eram em Salvador”.

Além da Bahia, que ficou em primeiro lugar no número de cancelamentos de títulos, o estado de Minas Gerais também surpreendeu, ficando em segundo no ranking, com a exclusão de 211.550 eleitores do cadastro. O Paraná ficou em terceiro, com 128.948 exclusões. O TSE informou ainda que só não houve revisão nos estados do Amapá, Roraima e no Distrito Federal.

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Serviço

O prazo de cadastro já foi encerrado pela Justiça Eleitoral. Mas quem quiser saber se o título foi cancelado basta entrar no site www.tse.gov.br e fazer a consulta.


Baixa renda já consome produtos de primeira linha

Classes D e E incrementam as compras nos supermercados com itens, até então, fora da cesta básica
Jorge Velloso

O carrinho de compras das famílias de baixa renda – com salário médio até R$560 – passou a receber produtos que antes não cabiam no orçamento. Com o incremento dos rendimentos, registrado nos últimos anos, o preço deixou de ser critério de maior peso de decisão, e alimentos como biscoitos recheados, pizzas congeladas, refrigerantes, sorvetes e chocolates, por exemplo, já são bastante adquiridos por consumidores das classes D e E. Os supermercados ainda não contam com números oficiais sobre esta nova tendência de consumo, mas profissionais do ramo e economistas confirmam tal crescimento.

Murilo Almeida Cunha, gerente do supermercado JWC, no Vale das Muriçocas, no bairro da Federação, garante que, cada vez mais, o público que freqüenta o estabelecimento está comprando produtos que não costumava adquirir. “Tem gente que vem aqui até três vezes no dia para comprar biscoitos recheados. Aqueles que fazem compra de mês também levam muitos produtos fora da cesta básica”, conta o gerente.

A diretora da Associação Baiana dos Supermercados (Abase), Lilian Mota, também confirma a tendência. “Nos dias de semana, a carne de hambúrguer é a campeã em vendas. Já no final da semana, as famílias de baixa renda costumam consumir principalmente pizzas congeladas”, afirma Mota.

O economista Carlos Augusto Franco Magalhães acredita que o crédito fácil está provocando a mudança de costumes nessas famílias. Para ele, o consumo de pessoas de classe baixa tem aquecido bastante o mercado alimentício no momento. “O problema é que isso gera inflação. Porque as indústrias não têm como atender à demanda e acabam aumentando os preços”, explica o economista.

Num supermercado na avenida Garibaldi, a empregada doméstica Elisabeth Santos Conceição, 30 anos, se aproxima de um dos caixas carregando um pote com dois litros de sorvete em uma das mãos, e noutra duas lasanhas congeladas. A escolha foi pelo gosto da filha de 10 anos. O pagamento foi feito no cartão de crédito. “Se deixarmos de comprar as coisas por serem mais caras, acabamos não comendo o que queremos”, justifica Conceição.

O mesmo pensamento tem o ajudante de pedreiro Mário Souza Filho, 25 anos. “Como vou viver sem tomar um guaranazinho?”, brinca o jovem, que ganha aproximadamente R$500 por mês.



Capa Jornal A Tarde



Hoje é o dia D de vacinação contra poliomielite

A Tarde On Line

Este sábado, 14, é o dia D de Vacinação contra poliomielite. A previsão é de vacinar 1,3 milhão de crianças até cinco anos. Para isso, serão disponibilizados cerca de 7.300 postos em todo Estado. A campanha de vacinação continua até o próximo dia 27.

O último caso de poliomielite no Brasil foi registrado em 1989. Além da vacina Sabin, contra pólio, também estarão disponíveis as demais vacinas do calendário básico:

BCG (contra as formas graves da tuberculose), contra hepatite B
Tetravalente (contra tétano, coqueluche, difteria e meningite por Haemophilus tipo B)
DPT ou tríplice (contra difteria, tétano e coqueluche)
DT (contra tétano e difteria), tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba)
Rotavírus humano (contra infecção por rotavírus)

Confira a relação dos postos de saúde

Encontrado corpo de pescador desaparecido

Paula Pitta, do A Tarde On Line

O corpo do pescador Evaldo Pereira da Silva, 59, desaparecido na quarta-feira, 11, foi encontrado na manhã deste sábado, 14, na praia de Ondina. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o corpo estava nas pedras que ficam próximas à quadra em frente ao Colégio Isba, em Ondina.

O presidente da Colônia de Pescadores do Rio Vermelho Z1, Eulírio Menezes, disse que o corpo foi identificado e encaminhado para o IML, onde será necropsiado para definir a causa da morte. A família aguarda liberação do corpo para decidir sobre o local do sepultamento.

Evaldo desapareceu depois de sair sozinho para pescar na praia de Amaralina. Depois das buscas, o barco do pescador foi encontrado vazio no mar. De acordo com colegas de trabalho, Evaldo sofria problemas de saúde.


Viagem inusitada sem sair do Porto

Liana Rocha, do A TARDE
Quando Daniela Lerner o conheceu, há seis anos, foi correndo telefonar para a mãe. Queria porque queria apresentá-lo. A mãe, Izabel, achou que não valia a pena a viagem até Pernambuco, e não foi. Hoje, é justamente ela a maior fã daquele a quem brejeiramente chama de “erótico e exótico“.


O que mais parece uma historinha de amor com final feliz é... exatamente isso. Sucumbindo ao encanto do chef pernambucano Douglas Van Der Ley e de sua culinária extravagante, Daniela só sossegou quando finalmente conseguiu trazê-lo a Salvador.

É ele quem comanda as panelas do mais novo restaurante da cidade, o Porto Gourmet, empreendimento conjunto da família Lerner e de Eugênia e Ticiano Leony. Nessa intensa temporada baiana, Douglas já virou cidadão honorário e tem se desdobrado entre o Porto e o É, em Recife, o restaurante que tornou famoso seu espírito inovador.

Culinária arriscada – A aposta da culinária desse descendente de holandeses (daí o nome que parece até uma versão estilizada do brasileiríssimo vanderlei) pode ser arriscada, mas compensa – e muito – quem resolve “pagar pra ver“.

A ousadia de sua cozinha vem, antes de mais nada, da inusitada mistura de ingredientes e sabores nunca dantes combinados. Assim, pratos como o sushi de foie gras podem até assustar os mais conservadores, mas nada que boas bocanhadas não resolvam. “As pessoas devem vir se permitindo, querendo provar“, convida Douglas.

Por isso o cardápio inova até nas entradas. Sem couvert, a idéia é que as pessoas dividam e se divirtam com o prato, que pode ser Coxinhas de Codorna Imperiais: coxinhas de codorna cozida no vinho do porto e envoltas em massa de batata com empanamento crocante, servidas sobre molho de vinho picante com mel agridoce.

Ou um dos pratos com foie gras, que não vem só envolto em arroz e alga. O acepipe, um dos preferidos do chef, também está bem acompanhado tanto com uma farofa de caramelo crocante, como sobre torradas com geléia de cacau. As duas versões conseguem aliar o sabor untuoso e delicioso do fígado, à uma doce delicadeza.

“O cardápio vai mudar sempre. Quem vier, nunca vai comer igual“, promete – e cumpre – Douglas, que com suas invenções, cria uma alquimia que não parece com nada conhecido.
A proposta diferente do cardápio passa também pelo conceito do restaurante, que considera que o produto vendido ali não é a comida, e sim o momento especial a ser desfrutado no local, como explica Daniela.

O Porto Gourmet também tem o primeiro buffet giratório da Bahia – de deixar tonto qualquer amante de comida japonesa, um aquário com vieiras fresquíssimas e um atendimento afinadíssimo.
Restaurante Porto GourmetRua Lafayete Coutinho, 496, Edf. Porto Trapiche Residence, Comércio | Tel. 3243-1177

Sambista Jamelão morre no Rio de Janeiro, aos 95 anos

Agencia Estado
Faleceu na madrugada deste sábado no Rio de Janeiro o cantor e interprete de samba enredos da escola da Samba Estação Primeira de Mangueira, José Bispo Clementino dos Santos, popularmente conhecido como Jamelão.

Aos 95 anos, dos quais mais de 50 como cantor de samba, Jamelão estava internado desde quarta-feira na Clínica Pinheiro Guimarães, no bairro de Laranjeiras, com infecção renal. Seu corpo será velado a partir das 11h na quadra da escola de samba e o enterro está previsto para o final da manhã de domingo.

Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado em todos os estados

Agência Brasil
O Dia Mundial do Doador de Sangue está sendo comemorado este sábado (14) em cada Estado do Brasil. Cada unidade hemoterápica do País montou uma programação diferente para lembrar e reconhecer o empenho dos doadores voluntários de sangue. Segundo o Ministério da Saúde, a data foi criada para motivar e sensibilizar as pessoas quanto à importância da doação de sangue altruísta – para ajudar os que precisam de transfusões.

Atualmente existe no País 1,75 mil unidades hemoterápicas – laboratórios, hemocentros, bancos de sangue que recolhem as doações – credenciadas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Deste total, 150 são hemocentros que integram a rede pública de saúde.

O coordenador da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovês, explicou que no Brasil apenas 1,8% da população doa sangue. Segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), para manter os estoques regulares, é necessário que 3% a 5% da população faça isso regularmente. Cerca de 49% das doações de sangue são espontâneas e o restante, de reposição. Pelo perfil do doador, 46% deles são jovens entre 18 a 29 anos e mais de 35%, mulheres. Outra observação feita pelo coordenador é que a maioria das pessoas que doam sangue são de classe baixa.

De acordo com Guilherme Genovês, “o próprio ministério, nos últimos 14 anos, vem mudando muito, principalmente depois que foi criada a Política Nacional de Doação de Sangue. Com isso, foi aprovada na Constituição Federal a importância do sangue para a população brasileira tornando objeto de não comercialização”.

“É importante a doação de sangue voluntária da população, pois esse gesto pode salvar vidas”, ressaltou Genovês.


quarta-feira, 11 de junho de 2008


Capa Jornal A Tarde.

Capa Tribuna da Bahia.

Capa Correio da Bahia.

Polícia liberta empregada de cárcere privado

Gabriela Silva viveu dos 11 aos 25 anos em regime de escravidão na casa de uma professora, em Itapuã
Marcelo Brandão - Correio da Bahia
Um caso chocante de trabalho escravo, agressões físicas e maus-tratos contra uma empregada doméstica baiana, descoberto após denúncia anônima à Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, em Brasília, veio à tona ontem, quando a jovem Gabriela de Jesus Silva, 25 anos, foi resgatada pela polícia. Ela contou que era obrigada a trabalhar sem remuneração, sofria constantes espancamentos e era mantida em cárcere privado, na casa da professora Maria Helena Silva, no bairro de Itapuã, onde morava desde que foi doada pelos pais, aos 11 anos.

“Eu apanhava de vassoura, de cinto, era enforcada, recebia beliscões e tapa no rosto de dona Maria Helena, do marido dela (José Carlos Carreiro Silva) e de suas duas filhas (Fabiane e Juliane)”, declarou Gabriela, chorando copiosamente. Conduzida à 12a Delegacia (Itapuã), a professora negou as acusações de agressão física e de maus-tratos, mas confessou que não pagava salário nem permitia que a jovem saísse de casa. A delegada Francineide Moura, titular da unidade, informou que vai apurar as denúncias durante inquérito policial, com previsão de conclusão em 30 dias.

Gabriela disse, em depoimento à polícia, que foi doada a Maria Helena pelos pais, quando ainda era criança. Ela não soube precisar a idade, mas acredita que tinha entre 11 e 14 anos à época. Contou que morava na zona rural do município Cansanção, distante 341km de Salvador, quando foi entregue pelo pai Godofredo à professora, que teria prometido cuidar bem dela e colocá-la para estudar. Mas o sonho de ir ao colégio durou pouco. Apesar de Maria Helena ser pedagoga e trabalhar em uma escola, Gabriela afirmou só ter freqüentado as aulas durante alguns dias. Em todo tempo que morou em Salvador, ela só viu a família uma vez, quando a patroa viajou para o interior e a levou.

Em vez de lidar com deveres de casa, Gabriela teve que se dedicar exclusivamente às tarefas domésticas. Trocando o lápis pela vassoura e o livro pelo esfregão, a jovem acabou analfabeta. Ela acrescenta que costumava acordar às 4h para preparar o café de uma das filhas da patroa, que saía cedo para trabalhar, e só dormia por volta da meia-noite. “Eu não estudava pela manhã porque tinha que fazer o almoço e pela noite, dona Helena não deixava eu ir porque dizia que era perigoso”.

Apesar de fazer todo serviço na casa, Gabriela afirma nunca ter recebido qualquer pagamento pelo trabalho – ganhava apenas comida, um colchonete para dormir no chão e roupas escolhidas e compradas pela patroa. “Ela nunca me pagou, só o filho dela, Júnior, que ficava com pena de mim e me dava umas moedas que eu juntava”, declarou.

Maria Helena tentou justificar, junto à delegada Francineide Moura, nunca ter pago salário a Gabriela porque ela não seria empregada e sim “uma filha”. Mas, apesar de morar em uma casa grande, com dois andares e jardim, a professora não tinha outra pessoa para cuidar dos serviços domésticos. Para agravar a situação, Gabriela conta que, por cerca de 14 anos, nunca saiu de casa sozinha, sequer para ia à esquina. “Eu tinha vontade de fazer amigos, de poder ir à praia e sair para passear, mas dona Helena nunca deixava”. Maria Helena alegou que não permitia que Gabriela saísse porque ela “sofre de problemas mentais”. A explicação soa contraditória, uma vez que era Gabriela quem tomava conta de uma neta da professora, de apenas 7 anos, enquanto todo mundo da casa saía para trabalhar e estudar.

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Agressões físicas e psicológicas

A jovem Gabriela de Jesus Silva também denunciou que sofreu maus-tratos, agressões físicas e psicológicas na casa da professora Maria Helena Silva. Ela contou que apanhou durante todo tempo em que viveu na residência, sofrendo agressões principalmente de Maria Helena, mas também do marido José Carlos e até das duas filhas adultas do casal, Juliane e Fabiane. A jovem isentou apenas Júnior, que teria pena dela.

“Ela dizia que eu era pobre e pobre tinha que sofrer mesmo e tinha que apanhar”, declarou Gabriela. Ela mostrou algumas cicatrizes pelo corpo, que teriam sido causadas pelas agressões. “Quem mais me batia era dona Helena, me batia de vassoura, puxava meus cabelos, me beliscava. Quando ela não estava trabalhando, me perseguia o tempo todo”. A professora negou as agressões, mas quando ficou frente a frente com Maria Helena, Gabriela, chorando sem parar, confirmou que apanhava constantemente.

Além dos maus-tratos físicos, Gabriela revelou que sofria ameaças e pressão psicológica. “Dona Helena dizia que se eu fugisse, ela iria me achar onde eu estivesse e que eu ia apanhar muito, porque ela tinha vários conhecidos na polícia”. A jovem relatou que arrumava a casa toda, mas, algumas vezes, quando os patrões chegavam, não gostavam do serviço e brigavam, batiam e a humilhavam muito.

“Dona Helena dizia que eu não servia para nada, dizia que só as filhas dela podiam estudar e que eu não tinha capacidade”, contou a jovem. Ela agradeceu a pessoa que denunciou o que vinha sofrendo, mas não soube dizer quem pode ter sido, já que o medo a impediu de pedir socorro. Quando questionada sobre o que pretendia fazer a partir de agora, Gabriela respondeu: “Quero ficar em Salvador para estudar, no futuro tentar fazer uma faculdade e mostrar para dona Helena que eu consigo. Eu quero tentar ser feliz, porque acho que todo mundo tem direito”.

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Psicóloga conferiu situação

Depois de receber a denúncia envolvendo Gabriela de Jesus Silva, a Secretaria de Políticas para Mulheres encaminhou o caso para o Ministério Público do Estado (MPE). O promotor Gildásio Galrão de Oliveira Neto, coordenador do núcleo determinou que a psicóloga do MPE, Bruna Mattos de Araújo, fosse à residência da professora Maria Helena Silva para fazer uma avaliação psicossocial de Gabriela. No dia 28 do mês passado, a psicóloga foi até a casa, situada na Travessa Princesa Isabel, em Itapuã, e se surpreendeu com o que encontrou. A jovem estava sozinha, trancada e tinha medo até de se aproximar do portão.

Após alguma resistência, Gabriela aceitou falar com a psicóloga, que considerou uma entrevista atípica, pelo fato de ter conversado com a possível vítima pela fresta do portão. Segundo Bruna, a jovem relatou as violências físicas e psicológicas que sofria, chorando durante o tempo todo e aparentando estar com medo de que alguém da casa chegasse.

A psicóloga concluiu que Gabriela estava passando por um grande sofrimento psicológico, apresentava baixa auto-estima, não sabia sequer sua idade e tinha perdido a noção de tempo, provavelmente em função do grande período de cárcere a que foi submetida. Ela relacionou estes problemas em um relatório de avaliação psicossocial encaminhado ao promotor Gildásio Neto.

O MP determinou que a 12a Delegacia investigasse o caso e a titular Francineide Moura solicitou à Justiça um mandado de busca e apreensão. Pouco depois das 7h30 de ontem, a delegada entrou na ampla casa da professora. Naquele horário, Gabriela já estava na cozinha, preparando o almoço. Apenas Maria Helena e o filho Júnior estavam no imóvel. Gabriela foi levada ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde foi submetida a exame de lesões corporais. De acordo com o MP, a jovem será encaminhada provisoriamente a um abrigo público, até que sua família seja contatada e seu destino definido.

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TESTEMUNHAS

CINCO PESSOAS, pelo menos, procuraram espontaneamente a 12a Delegacia para prestar informações sobre o caso. No início da tarde, dois vizinhos defenderam a professora Maria Helena. Já no final do dia, três moradores da mesma rua foram à polícia para confirmar as denúncias contra ela. Até o fechamento desta edição, a delegada Francineide Moura ouvia testemunhas que confirmavam que Gabriela Silva ficava presa em casa e era maltratada pela família. A polícia descobriu ainda que a jovem foi matriculada no mesmo colégio em que a patroa trabalha, mas ainda não se sabe por que ela não freqüentava as aulas.

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Trabalho vinculado à exploração

Perla Ribeiro

Sem receber salário, tolhida do direito de ir e vir e vítima de agressões físicas e morais, Gabriela de Jesus Silva, 25 anos, é mais uma personagem que prova que a escravidão no Brasil não acabou. O termo não caracteriza mais as relações formais de trabalho. Porém estudiosos explicam que a prática persiste, mantendo atual o pensamento de Gilberto Freyre traduzido na obra Casa-grande e senzala. Contudo, na atualidade, a situação traz um agravante: se no passado a “casa-grande” dava uma conotação familiar às relações de serventia, hoje o trabalho se mantém exclusivamente sob a aura da exploração.

“O contraste estabelecido por Gilberto Freyre é que, apesar da violência, os senhores se preocupavam com os escravos. Já no contexto atual, as relações estão pautadas exclusivamente na exploração. Perdeu a dimensão de família”, avalia o historiador Guillermo Giucci, especialista na obra de Gilberto Freyre e doutor pela Universidade de Stanford. De acordo com ele, a escravidão continua existindo de forma perversa. No entanto, muitas vezes, a lei, que deveria proteger, não chega às instâncias reguladoras.

No caso das empregadas domésticas, o entrave é um só: como o ambiente de trabalho delas é a casa de alguém, as entidades fiscalizadoras ficam impedidas de atuar. “Enquanto as patroas colocam câmeras para observar a empregada, como o âmbito residencial é inviolável, não temos como fiscalizar as relações de trabalho”, lamenta a presidente da Federação Nacional das Empregadas Domésticas (Fenatrad), Creuza Maria de Oliveira.

Para ela, apesar de ter sido abolido há 120 anos, o trabalho escravo continua, e atinge até crianças e adolescentes. “Com a Lei do Ventre Livre, as crianças ficavam na casa-grande fazendo os trabalhos e hoje vemos este costume reproduzido na sociedade contemporânea. Este é só mais um caso que chega ao conhecimento público, mas há muitos outros no anonimato pelo país inteiro”, afirma Creuza.

“O trabalho doméstico remunerado é uma herança do tempo da escravidão, quando as negras trabalhavam de graça para os senhores. Hoje perdeu um pouco a imagem de que a empregada é quase uma propriedade da família, mas muitos direitos continuam sendo negados à categoria, considerada inferior”, avalia a pesquisadora de gênero e trabalho do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim), Terezinha Gonçalves. Diante de um cenário onde não há regulamentação das condições de trabalho nem quem faça valer os direitos empregatícios, volta e meia, as empregadas domésticas são vítimas de patroas exploradoras.

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Emprego doméstico

NO BRASIL, as empregadas domésticas somam cerca de oito milhões e representam 10% da população economicamente ativa (PEA), número superior ao de operários da construção civil. Deste montante, 75% não possuem vínculo formal de trabalho.


Morte de inocentes foi uma "lição" de maldade

Por Silvana Blesa - Tribuna da Bahia
“Vocês vão aprender como se mata inocentes”, prometeu o traficante “Paulinho”, líder de uma das duas facções que travam verdadeira guerra pelo controle da Baixinha de Mussurunga. A promessa foi feita na última sexta-feira, quando dois membros da quadrilha de “Paulinho” foram baleados e um morador da área controlada pelo traficante foi morto pelo bando de “Carlinhos”, que lidera a outra facção, instalada numa área conhecida como Cascalheira, no mesmo bairro. A vítima fatal era uma pessoa inocente, sem qualquer envolvimento com o crime e nem com as quadrilhas. “Paulinho”, que manda e desmanda na área denominada “Beco do Bozó”, não gostou e resolveu matar inocentes quer seriam protegidos por “Paulinho”. O resultado foi a chacina da noite de sábado, que custou as vidas de sete pais de família.
Paulinho e Rone são tido pela polícia como os líderes da quadrilha que dominam a boca-de-fumo conhecida como Beco do Bozó, situada no mesmo bairro, próximo da escola Tia Zenilda. O alvo deles seria Carlinhos, líder de outro ponto de drogas na Cascalheira e também matar pessoas inocentes como resposta a um crime que Carlinhos cometeu no território rival.
Os dois grupos disputam o tráfico na Baixinha de Mussurunga. Na ultima sexta-feira, os integrantes da quadrilha de Carlinhos invadiram o Becó do Bozó para matar Paulinho, mas acabaram matando Robson Costa Silva, de 33 anos, pessoa que os moradores atribuem ser inocente, e baleado dois integrantes do bando de Paulinho.
Em revide ao ataque, Paulinho ameaçou que iria mostrar para Carlinhos como era que se matava pessoas inocentes. Para isso, reuniu 15 homens do seu bando, no último sábado, e saíram à procura de Carlinhos. A idéia era matá-lo e depois atirar em quem encontrasse pela frente. A ira e maldade dos traficantes eram tão grandes que até um cachorro teve a cabeça decepada com uma faca peixeira, para ilustrar o que fariam com o rival.
Em seguida os homens rumaram para a Rua da Adutora, local onde os dois bares concentravam grande quantidade de pessoas se distraíndo, jogando dominó e tomando cerveja. O local também era freqüentado por Carlinhos e seu bando, e os traficantes liderados por Paulinho seguiram fortemente armados para o Bar da Sol, mas o rival não foi encontrado. Mas o bando estava disposto a matar pessoas inocentes. Começaram matando Evanildo Nascimento Santana que tinha acabado de chegar de um baba e foi morto com três tiros na cabeça. Percebendo que no outro boteco tinha maior quantidade de pessoas, os agressores seguiram para lá e mataram Alcides Magalhães, 37 anos, Luís Carlos Conceição, 31, Rodrigo Conceição, 25, Luís Carlos Silva dos Anjos, 32, Eraldo Pereira Lima Filho, 34, e Gecildo Nascimento Oliveira, 45. Balearam Gildo Azevedo da Silva, 32, e Aderaldo dos Santos Cerqueira, 34, que só escaparam da maior chacina jamais vista na Bahia, porque se fingiram de mortos. Na fuga depois de praticar os crimes, os traficantes pisotearam uma adolescente que chegava da rua e ao passar por um beco foi derrubada pelos assassinos. A menina sofreu vários ferimentos no corpo e se encontra traumatizada trancafiada dentro da residência.



Moradores fecham Paralela e pedem justiça


; O bloqueio das duas pistas da Avenida Paralela foi a maneira encontrada pelos moradores da Baixinha de Mussurunga para pedir por justiça e segurança no local onde moram. A manifestação começou às 13h e só terminou às 15h com o convite do secretário de Segurança Pública, César Nunes, para uma conversa com quatro representantes da comunidade.
Logo após os sepultamentos de Eraldo Pereira Lima e Luís Carlos Conceição, no cemitério de Itapuã, todos os que estiveram presentes chegaram até a Avenida Paralela, em frente à rua onde ocorreu a chacina, num ônibus fretado pela associação dos moradores.
Eles bloquearam a pista ateando fogo em pneus e em pedaços de madeira. Faixas, cartazes e performances serviram para expressar os sentimentos de dor e revolta dos amigos, parentes e moradores da localidade.
O primeiro bloqueio ocorreu na pista de quem sai do Aeroporto para pegar a Paralela. Ao perceberem o manifesto, os motoristas invadiram o canteiro da avenida e se dirigiram para a pista oposta, sentido Itapuã. Dez minutos depois a pista do sentido contrário também foi bloqueada. Um verdadeiro caos tomou conta da região.
Policiais da Rondesp estiveram no local para impedir a manifestação. O sargento PM Luiz Alberto se exaltou e quase agrediu um manifestante, mas hesitou ao perceber a presença de uma emissora de televisão.
Policiais de Choque também estiveram no local, mas não se intimidaram com a presença dos veículos de comunicação. Um deles agrediu os moradores verbalmente e empurrou uma mulher que protestava com uma faixa nas mãos. “Eles estão nos agredindo verbal e fisicamente. A gente só quer justiça, temos esse direito”, gritava a mulher agredida.
Uma nuvem de fumaça preta tomou conta dos dois lados da Avenida Paralela. Motoristas ficaram nervosos e não entendiam os motivos do bloqueio. Parentes das vítimas sentaram-se no chão para impedir a passagem dos carros no momento em que policiais da Rondesp conseguiram tirar os pneus e pedaços de madeira da pista. Minutos depois, a pista foi bloqueada novamente pelos manifestantes.
Um dos momentos mais emocionantes para os parentes das vítimas foi quando sete homens se jogaram no chão, um em cima do outro, simulando a chacina ocorrida na noite de sábado. Nesta hora, os familiares começaram a chorar. Uma senhora, aparentando 50 anos, não se preocupou com os pulmões e, sozinha, entrou na nuvem de fumaça com um cartaz escrito à mão a palavra ‘Justiça’.
Na tentativa de demonstrar serviço e velocidade nas investigações da chacina da Baixinha de Mussurunga, policiais da 12ª Delegacia de Polícia invadiram a casa de uma moradora da localidade, por volta de meio-dia de ontem, e levaram um garoto de 14 anos para a delegacia. A tia do garoto, Débora Santos Souza, entrou em desespero ao saber da notícia. O menino foi liberado às 17h do mesmo dia.
Segundo a prima do menino, que presenciou a invasão, os policiais queriam informações sobre Carlinhos, traficante da região que também era o alvo dos autores da chacina. Após os policiais terem levado o garoto, a menina saiu correndo para contar o ocorrido. Ela revelou ainda ter sido chamada de ‘vagabunda’ pelos policiais. Já o garoto prestou depoimento na delegacia e disse conhecer Carlinhos, mas afirmou não ser amigo dele.
De acordo com uma moradora, que também prefere não se identificar, Carlinhos costuma entrar nas casas da região para se esconder da polícia ou de traficantes. “Ele entra na minha casa, você acha que eu vou botar pra fora? Ele entra e eu saio”, conta.
Embora tenha sido solto pela polícia, os familiares do jovem rechaçam a atitude dos policiais. “Como é que invade uma casa dessa maneira e leva um garoto de 14 anos sem nem explicar direito o que está acontecendo?”, questionam. (Por Hieros Vasconcelos)



Traficantes matam e fazem as leis na baixinha


; A população da Baixinha de Mussurunga vive os mais temerosos momentos de suas vidas. O bairro agrupa dois grupos de traficantes que dominam o tráfico e ditam ordens e leis. O bando liderado por Carlinhos domina o tráfico na Cascalheira sendo composto por Kleber, “Tapioca”, Leandro, Napólio e “Bolota”. Este bando invadiu o território do Beco do Bozó, separado da Cascalheira por uma roça e comandado por Paulinho e Rone.
Durante o massacre, Carlinhos e seus aliados estavam numa esquina próximo do local do crime e ao saberem que eram procurados se esconderam. No domingo pela manhã, o bando de Carlinhos deixou o bairro. Os autores da chacina liderada por Paulinho também se encontram fora do bairro, mas a polícia já os identificou.
Os traficantes perambulam pelo bairro com as armas em punho tranqüilamente para vender drogas e intimidar os moradores. Nos últimos meses, a comunidade presencia constantes tiroteios entre as facções.
As metralhadoras, escopetas e pistolas são fornecidas por um homem de prenome Adebízio, que também reside no local e receberia apoio de policiais, conforme denunciam alguns moradores. Uma mulher disse que os traficantes nasceram e cresceram no bairro e hoje se tornaram monstros. “E até a polícia tem medo de enfrentá-los. Já cansamos de chamar a polícia aqui e os agentes dizerem que não iriam descer na baixada porque os traficantes estavam bem armados”, revelou uma moradora.
Ontem os moradores estavam de luto, a comunidade parada depois de um massacre, as ruas se encontravam vazias. Ninguém foi trabalhar, as crianças não foram para as escolas. “Eu tenho dois filhos que estudam na escola Tia Zenilda, mas ficamos temerosos e não sei o que fazer para levá-los à escola. Até que ponto chegamos, em uma comunidade que nunca viveu isso, agora temos medo até de sair na rua”, disse uma mulher.
A noite custou de passar para várias pessoas residentes na Baixinha de Mussurunga, eles revelaram que as ameaças dos traficantes de voltarem para mais uma matança, fizeram os moradores se trancarem em suas casas desde as 17 horas do último domingo. “Eles saíram avisando que voltavam, depois do que aconteceu, vamos evitar até mesmo nos divertirmos pelas ruas, batendo papo com os vizinhos e sentados nos botecos que são os principais pontos de lazer que nós temos”, revelou um homem. (Por Silvana Blesa)

domingo, 8 de junho de 2008

Área de risco. Chuvas provocam desabamento e até alerta sobre baleia

Por Maria Rocha - tribuna da Bahia

As chuvas que caíram ontem (sexta-feira), devem continuar por todo o final de semana. Pelo menos esta é a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) que informou ser uma característica do mês. Durante toda a sexta-feira foram detectados vários engarrafamentos nas principais vias da cidade e até o início da tarde a Defesa Civil havia registrado 12 ocorrências. Entre elas, um desabamento no bairro da Liberdade, dois deslizamentos de terra em Vila Canária, cinco ameaças de deslizamentos na Boca do Rio, Canabrava, São Caetano, Liberdade e Brotas e três ameaças de desabamentos em Paripe, Ondina e Caixa D’água. A Codesal informou ainda que houve duas solicitações para avaliação de área no Tororó e Matatu.
Por conta do período chuvoso que deve se estender pelos próximos meses, é comum que a cidade fique em estado de alerta quanto aos riscos oferecidos pelas construções irregulares e fincadas em barrancos sem nenhuma sustentação. Durante todo o dia a Codesal recebeu solicitações em diversos pontos de Salvador.
A meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria informou que a média de chuva do mês de junho é de 251 milímetros. E do início de junho até agora, já choveu pouco mais de 17.6 mm. “Esta é uma chuva típica do mês, que vêm intercaladas com períodos de estiagem, de acordo com as previsões é o que vai acontecer até segunda-feira”, afirmou a meteorologista, ela ressaltou ainda que a temperatura deve variar entre 21° e 28°.
Na sexta-feira, enquanto chovia muita gente ficou “presa” em engarrafamentos quilométricos sem ter para onde ir. A partir das 07 horas da manhã a Av. Barros Reis, Rótula do Abacaxi, Sete Portas, Vasco da Gama, Brotas, São Caetano foi comum encontrar várias pessoas irritadas dentro de coletivos e carros particulares.
A auxiliar de escritório, Solange de Almeida, 27 anos, reclamava da demora. “Toda vez que chove é assim, ficamos nessa situação. Sem ter para onde ir, Salvador é preparada para o verão, quando chove trava tudo”, destacou. O mesmo sufoco a promotora de vendas, Sara Moura, 25 anos passou na Av. Paralela. “Saí do CAB em direção ao Iguatemi, quando cheguei no final da Paralela percebi que nesse trajeto gastei 50 minutos, tudo por causa do engarrafamento provocado pela chuva”, contou.

Ida da Braskem para Triunfo é vista como perda para a Bahia

TRIBUNA DA BAHIA
Notícias
Após a Braskem anunciar a ida da empresa de polímeros verdes para o Pólo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul, representantes do segmento produtivo e estratégico da Bahia se posicionaram sobre o fato. O presidente do Instituto Miguel Calmon, Adary Oliveira, acredita que o Pólo Industrial de Camaçari deixará de se fortalecer. “Ele já tem mais de 30 anos e a vinda de novos investimentos é algo importante para não desatualizá-lo. Lamento esta decisão da Braskem logo após o governo baiano ter anunciado o Acelera Bahia, que reduziu de 17% para 11,75% o ICMS de insumos.
A Braskem foi a maior beneficiada, mas não houve reciprocidade no tratamento dispensado aos baianos”, critica. Oliveira alega que a Bahia, com essa decisão, deixa de ser prioridade para a Braskem. “No instante em que ela montou um Centro de Pesquisa no Rio Grande do Sul ela mostrou sua posição em relação à Bahia. Enquanto a Ford monta um Centro Tecnológico em nosso Estado e a Petrobras trará a diretoria financeira para cá, a Braskem toma uma iniciativa oposta”, lamenta.
O secretário do Planejamento da Bahia, Ronald Lobato, considerou normal a decisão da Braskem, entretanto questionado sobre uma possível desatenção por parte da empresa ao governo baiano após ser favorecida com as medidas do Acelera Bahia, ele respondeu. “Não vejo como desatenção. O governo mostrou boa vontade. Acho que houve falta de visão estratégica por parte da Braskem. A Bahia, mais cedo ou mais tarde, receberá investimentos deste porte já que temos um programa ambicioso de logística”, diz.
Questionado sobre a decisão da Braskem ter sido tomada a partir de um descontentamento com a forma dos pagamentos dos créditos retidos de ICMS, Lobato disse acreditar que “uma empresa do porte da Braskem não deve tomar decisões como esta pautadas em cima de descontentamentos. Seria bom para nosso Estado receber um empreendimento como este. Criamos condição tributária, insumos, infra-estrutura e logística para receber novos investimentos e manter os já existentes. Estamos providenciando tudo. Alguém do setor empresarial irá perceber essa vantagem e aproveitar”, frisa.
Procurada pela equipe de reportagem da Tribuna da Bahia, a assessoria da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração, disse que a entidade não tinha nada a declarar e que acreditava ser uma decisão restrita à própria empresa. O ex-secretário de Planejamento, Armando Avena, acha que a decisão se deu em razão da unidade do Rio Grande do Sul estar mais próxima de São Paulo, fornecedor de matéria-prima e do mercado consumidor – os estados do Sul e Sudeste. O deputado estadual pelo DEM e presidente da Comissão de Infra-estrutura, Júnior Magalhães, disse que vai se reportar pessoalmente à Braskem.
“Quero saber deles o motivo da escolha pelo Rio Grande do Sul. Vou querer saber os critérios. A indústria petroquímica da Bahia representa 36% do PIB baiano”, avisa. O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Jorge Lins Freire, disse em nota que “Ficaríamos felizes se a planta de polímeros verdes da Braskem viesse para nosso Estado, mas essa é uma decisão de política interna da empresa, sobre a qual não emitimos opinião, inclusive por desconhecermos os parâmetros que a levaram a tomar essa decisão”, enfatizou.(Por Alessandra Nascimento)

Empresa diz que decisão foi técnica


Humberto Garrido, relações institucionais da Braskem, afirmou que a decisão da ida da fábrica de polímeros verdes para o Rio Grande do Sul foi técnica, baseada em critérios de viabilidade e não motivada por um descontentamento com a proposta do governo de pagamento dos créditos de ICMS.
“Temos em Triunfo um Centro de Tecnologia e Inovação e se optássemos pela Bahia a distância com o Centro seria um entrave. Além da logística, cito a proximidade com os estados do Sul e Sudeste e do próprio Mercosul, como clientes. O investimento foi de R$ 400 milhões”, diz.
Sobre um possível descontentamento, já que em entrevistas à imprensa, a própria empresa teria criticado a proposta de pagamento do ICMS retido, que está hoje na faixa dos R$ 500 milhões, Garrido rebateu.
“Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas o acordo poderia ter sido melhor para a Braskem. A decisão de levar a unidade industrial para o Sul não está associada a isto”, declarou. Garrido disse ainda que a decisão da Braskem, foi tomada após a empresa ter sido uma das mais beneficiadas com a redução da alíquota de ICMS de 17% para 11,75% em insumos, como resultado do Acelera Bahia, e isto não representa “má vontade” com a Bahia.
“A redução da alíquota do imposto não tem ligação com nossa decisão. Ela foi tomada com base em critérios técnicos e logísticos”.(Por Alessandra Nascimento)


Capa Tribuna da Bahia.

Governo antecipa salário e servidor vai compensar véspera de São João

O Governo do Estado decidiu antecipar os salários do funcionalismo estadual do mês de junho para o próximo dia 20, em virtude do feriado de São João que mobiliza a população baiana. Para participar dos festejos os servidores também terão direito a folgar, mediante compensação de horário, o dia 23, vésperas dos festejos juninos.

A antecipação vai beneficiar cerca de 250 mil servidores públicos, entre ativos, inativos e pensionistas da administração direta e indireta do Estado. Segundo o secretário da Administração, Manoel Vitório, a folha especial de São João alcança a soma dos R$ 465 milhões. “A medida foi uma decisão do governador Jaques Wagner, visando possibilitar ao servidor mais tranqüilidade para usufruir as festas juninas, evento tradicional no calendário dos festejos populares baiano”, pontuou.

A compensação do horário começa nessa segunda-feira (9) e vai até o dia 18 desse mês. Os servidores estaduais vão cumprir a compensação de horário referente ao enforcamento do dia 23 de junho, véspera de São João. A determinação foi publicada no Diário Oficial do Estado, na Instrução Normativa nº 010/08, do último dia 3. Na véspera do feriado serão mantidos os serviços considerados essenciais, cujo expediente não admite interrupções, a exemplo do policiamento e de prontos-socorros e hospitais públicos.

De acordo com a publicação, nos dias úteis entre 9 e 18 de junho, os servidores que trabalham em regime de 40 horas semanais anteciparão seus expedientes em meia hora e terão apenas uma hora para o almoço. Sendo assim, o expediente fica alterado para o horário das 8h às 12h e das 13h às 18h.

Já os servidores que trabalham no regime de “turnão” (30 horas semanais ou 6 horas diárias) deverão antecipar sua chegada ao local de trabalho em uma hora, trabalhando normalmente das 11h às 18h, no período de 9 a 13 de junho e no dia 16.


Capa Jornal A Tarde.


Quatorze pessoas assassinadas em Salvador e RMS

Leônidas Júnior, do A TARDE

Quatorze homicídios foram registrados na capital baiana e em cidades da Região Metropolitana de Salvador (RMS) nas últimas 24 horas, das sete horas deste sábado, 07, às sete horas deste domingo, 08, segundo informações da Central de Telecomunicações das Polícias Civil e Militar (Centel). Dos assassinatos, apenas sete ocorreram no bairro de Mussurunga.

Grupo realiza série de assaltos a ônibus na Av. ACM e foge

Wesley Sobrinho, da Agência A Tarde

No período de uma hora – das 12h15 às 13h15 – três homens realizaram três assaltos a ônibus que passavam pela Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM) na terça-feira, 3. Os criminosos foram descritos pela polícia como um homem branco, aparentando ter 24 anos e 1,80 de altura; outro de cor parda, com aproximadamente a mesma idade e cerca de 1,65 de altura; e o último, negro, com idade aproximada de 25 anos e medindo cerca de 1,75 de altura.

A série de assaltos começou por volta das 12h15, no bairro da Pituba. Os três assaltantes, um deles armado com um revólver, anunciaram o assalto ao ônibus da empresa Dois de Julho, que circula na linha Vila de Abrantes–Lapa, e roubaram R$ 80 do cobrador, além de saquear pertences e dinheiro dos passageiros.

O grupo desceu próximo ao Shopping Itaigara, onde o veículo da Litoral Norte (Itaigara–Simões Filho) foi invadido pelo grupo, por volta das 13h, que levou R$ 48 do caixa. Neste assalto os passageiros também foram saqueados.

O último assalto realizado pelo grupo aconteceu 15 minutos depois, na região do Iguatemi. Os assaltantes levaram R$ 84 e saquearam os passageiros da empresa de ônibus Modelo, que faz o roteiro Pituba–Ribeira.

Informados da ação dos assaltantes, o Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc) enviou viaturas para o local na tentativa de localizar os bandidos. A diligência, que contou com o apoio da Polícia Militar (PM), não obteve êxito. Os bandidos fugiram com R$ 212, fora o dinheiro e pertences saqueados durante os assaltos.

Oito veículos são roubados nas últimas 24 horas

Leônidas Júnior, do A TARDE
Nas últimas 24 horas oitos veículos foram roubados em Salvador e Região Metropolitana de Salvador (RMS). Um deles, o Fiat Palio verde de placa JOL 8339, foi encontrado no bairro de Piatã. Neste mesmo período, cinco coletivos foram assaltados. As informações são da Central de Telecomunicações das Policias Militar e Civil (Centel).