Agência Reuters
Tóquio - A desmontagem da usina nuclear de Fukushima Daiichi deve levar de três a quatro décadas, disse o governo japonês nesta quarta-feira, 21, ao divulgar planos para a próxima fase da enorme e custosa operação de limpeza no complexo atômico devastado por um tsunami em março.
Pelo "mapa" divulgado nesta quarta-feira, o próximo passo, ao longo de dois anos, será a retirada do combustível gasto que está dentro da usina. Depois, haverá a remoção de restos de combustível fundido dos reatores danificados - mas isso deve começar só daqui a dez anos.
Edano disse que é impossível calcular o custo total da operação. "Podemos em algum momento fazer uma estimativa de custos mais clara, mas seria difícil fazer estimativas de algo para daqui a quatro décadas dentro de apenas um ou dois anos", afirmou.
Um comitê consultivo estimou que a desmontagem da usina pode custar 1,15 trilhão de ienes (15 bilhões de dólares), mas alguns especialistas calculam o gasto em 4 trilhões de ienes ou até mais.
Edano admitiu que o custo total será elevado, e disse que a empresa Tepco, dona da usina, deverá arcar com o valor. A empresa também precisará pagar vultosas indenizações, e talvez necessite de injeções de capital do governo.
Nesta quarta, o jornal Yomiuri disse que o governo pretende assumir dois terços das ações da Tepco, o que na prática equivale a uma estatização.
A empresa disse que talvez leve oito anos para poder examinar o interior dos reatores danificados. "A questão tecnicamente mais desafiadora é a remoção dos detritos de combustível do núcleo do reator", disse Kazuhiro Takie, funcionário da empresa, a jornalistas. "Para isso, vamos precisar desenvolver um pouco de tecnologia em todos os campos."
Ninguém sabe exatamente qual é o estado do combustível nuclear em cada reator. Especialistas dizem que as barras de combustível devem ter derretido e caído no fundo dos vasos de resfriamento.
O plano de descontaminação vale apenas para a usina propriamente dita. Os arredores do complexo também precisarão passar por uma limpeza para que os moradores possam regressar.
O Ministério do Meio Ambiente diz que é preciso descontaminar 2.400 quilômetros quadrados, uma área equivalente à de Luxemburgo.
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