terça-feira, 25 de novembro de 2008

Funcionários do HRE são denunciados por morte de paciente

Redação CORREIO

Acusados de contribuir para a morte de uma paciente, funcionários do Hospital Regional de Eunápolis (HRE), na cidade a 671 km de Salvador, foram indiciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) nesta segunda-feira (24).

O ex-diretor administrativo do HRE, Jairo Augusto Coelho Júnior, os médicos Gediel Sepúlvida Pereira, Cléber Gonçalves Jardim, Luciano Biasutti, Nilsa Santiago e João Carlos Xavier e o enfermeiro Nailton Anjos dos Santos foram denunciados pelo promotor de Justiça Dinalmari Mendonça pela morte da paciente Sônia Nogueira do Amaral, em 2006, quando ela foi submetida a uma operação de histerectomia total (remoção do útero). Na ocasião, o procedimento foi realizado por um médico que não era especializado e Amaral sofreu choque hipovolêmico por hemorragia no pós-operatório, acabando por falecer.

Denúncia

Segundo a denúncia, a cirurgia seria realizada com o médico Gediel Sepúlvida que, pretextando dor-de-cabeça, pediu que o colega Cléber Gonçalves realizasse a operação. O substituto é apenas especialista em medicina do trabalho e não cirurgião, de acordo com o Cremeb/BA. Para a promotoria, os dois médicos foram imprudentes – o primeiro por passar para outra pessoa uma cirurgia que era de sua responsabilidade e o segundo por aceitar fazê-la. Um agravante é o fato da cirurgia não ser sido um caso de urgência, podendo ter sido remarcada.

Para o promotor, ainda, 'o pós-operatório foi permeado por sucessivas condutas negligentes dos médicos e enfermeiro que acompanharam a paciente'. A paciente apresentou apnéia e extrema sonolência durante horas, o que só foi notado pelos funcionários do hospital quando ela já estava em choque hipovolêmico, que ocorreu por conta de uma anemia aguda decorrente da perda de sangue após a cirurgia. A anemia não chegou a ser constatada pela equipe médica.

Já para o médico legista responsável pelo laudo cadavérico, Luiz Andrade, seria perceptível 'a olho nu' o quadro da paciente, por conta da quantidade de sangue que ela perdeu no pós-operatório. Ao final da acusação, o promotor inclui na denúncia que o Hospital Regional de Eunapólis está em condições 'lamentáveis' e, por não ter Serviço de Recuperação Pós Anestésica (RPA) ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI), não é apropriado para cirurgias de médio e grande porte. Por conta disto, o diretor administrativo da época, Jairo Coelho Júnior, também foi responsabilizado pela morte.

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