Em dez cidades da Bahia não existe nenhum médico em posto de trabalho permanente. A carência de profissionais atinge todas as especialidades da saúde, inclusive no atendimento básico à população. As informações são do relatório Avaliação Nacional de Demanda de Médicos Especialistas, feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Hoje, a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) propõe que seja fixado o salário inicial de R$ 7.503,18 para os médicos com atuação de 20 horas semanais. Porém, as prefeituras do interior têm aderido ao pagamento de R$ 6 a 8 mil pelo dobro de tempo trabalhado (40 horas). “E na maioria das vezes são assinados contratos irregulares ou são acertos informais, sem nenhuma garantia trabalhista“, completa o presidente do Sindmed. De acordo com a assessoria de comunicação da Secretária Estadual de Saúde (Sesab), o secretário Jorge Solla não podia dar entrevista nesta tarde para comentar o relatório da UFMG. Ainda segundo a assessoria, o secretário também não poderá dar entrevista nesta quarta-feira, dia 26, pois está de viagem marcada para Brasília. Veja a relação de municípios e a população estimada pelo IBGE:
Nas cidades de Almadina, Lajedinho, Maiquinique, Mascote, Milagres, Muniz Ferreira, Muquém de São Francisco, Novo Horizonte, São José da Vitória e São José do Jacuípe, cerca de 94.429 cidadãos, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estão prejudicados pela falta de médicos. Em todo país, foram mapeadas 455 localidades nessa mesma situação.
Como metodologia, levou-se em conta os dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde (MS). O CNES é uma lista obrigatória que deve ser enviada ao MS por todos os estabelecimentos que oferecem serviços de saúde. De acordo com o responsável pelo estudo, o coordenador da Estação de Pesquisas de Sinais de Mercado da UFMG, Sábado Nicolau Girardi, a base do trabalho são os registros do CNES de outubro deste ano.
DÉFICIT – Nas cidades do Nordeste, 42% dos gestores declararam que enfrentam muita dificuldade para contratar pediatras e anestesistas. Outros 33% lamentam que há escassez de psiquiatras e 16% não consegue contratar para o setor de medicina intensiva.
A próxima etapa da pesquisa pretende checar com os prefeitos como é feita a gestão da saúde nesses locais. “Queremos fazer um mapa que associe a falta de médicos com outros fatores sociais, como os índices de mortalidade infantil e de baixo desenvolvimento humano“, comenta Girardi.
Segundo números do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), existem 18 mil médicos no Estado. Isso representa um profissional para cada grupo de 800 habitantes, o que está dentro da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que exige um médico para grupos de 800 a mil habitantes.
No entanto, existe uma má distribuição desses trabalhadores e, enquanto a maioria se concentra na capital, falta mão-de-obra para atender no interior. Para o presidente do Sindimed, José Caires Meira, a solução passa pela valorização dos médicos. Isso inclui a elaboração de concursos públicos e planos de carreira para incentivar a permanência deles nas cidades pequenas.
Almadina - 6.742
Lajedinho - 4.461
Maiquinique - 8.713
Mascote - 16.557
Milagres - 12.100
Muniz Ferreira - 7.214
Muquém de São Francisco - 10.547
Novo Horizonte - 10.860
São José da Vitória - 6.270
São José do Jacuípe - 10.965
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Faltam médicos em 10 cidades da Bahia
Eder Luis Santana, do A TARDE On Line
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