O Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA) instaurou inquérito civil para verificar as condições físicas e de atendimento do Serviço de Ortopedia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hures), também conhecido como Hospital das Clínicas.
O órgão vai solicitar que a Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e a diretoria do Hupes informem em 20 dias quais são as providências que serão adotadas para melhorar o atendimento do serviço de ortopedia do hospital. O MPF também vai pedir providências ao Tribunal de Contas da União (TCU) e requisitar ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) uma auditoria operativa na unidade.
O motivo seriam “problemas operacionais” apontados pelo coordenador do setor, Gildásio Daltro. Ele é o autor de um documento enviado ao MPF-BA, que fundamentou a portaria assinada pela procuradora da República Nara Dantas. A procuradora não quis falar com a imprensa.
Três anos – O médico ortopedista apontou problemas como a carência de leitos para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), a demora de até três anos para que pacientes consigam marcar cirurgias, a inexistência de entrada de emergência, ausência de pronto-socorro ortopédico e o fato de 60% dos médicos não terem vínculo empregatício.
“São problemas operacionais que estão se agravando nos últimos dois anos e precisam ser resolvidos”, disse o coordenador, que trabalha há 28 anos no serviço de ortopedia do hospital. Segundo ele, o Hupes realiza no ambulatório uma média de 20 atendimentos por dia.
Gildásio Daltro relatou que enviou o documento depois que foi citado por pacientes em uma reclamação do atendimento feita formalmente no setor de ortopedia. “Fui citado nominalmente e tinha de dizer qual era o problema”.
O reitor da Ufba, Naomar Almeida, soube da existência da ação civil por meio da reportagem de A TARDE. Ele pediu para entrar em contato com Gildásio Daltro antes de falar com a imprensa, mas a partir daí não atendeu mais aos telefonemas.
http://www.atarde.com.br/vestibular/noticia.jsf?id=995825
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