sábado, 2 de abril de 2011

Inadimplência inviabiliza Faculdades Olga Mettig

Davi Lemos l A TARDE

Mila Cordeiro/Agência A TARDE
O diretor-geral Marcelo Rocha critica a concorrência
O diretor-geral Marcelo Rocha critica a concorrência

Após dois anos lutando contra a queda no número de alunos e o aumento dos índices de inadimplência, que chegaram a bater a marca de 50%, as Faculdades Olga Mettig (Famettig) anunciaram o fim das atividades acadêmicas iniciadas em 1967. Sem iniciar o ano letivo da graduação, os estudantes foram transferidos para a Universidade Católicia do Salvador (Ucsal), Faculdade Castro Alves e a Fundação Visconde de Cairu.

“De 2009 para cá a entrada de estudantes estava diminuindo e a condição do alunado de pagar as mensalidades já não existe”, avaliou o diretor-geral da Famettig, Marcelo Rocha. Ele apontou, inclusive, que devido à concorrência, os preços das mensalidades foram reduzidos prejudicando a qualidade. “A educação deixou de ser educação para ser comércio de commodities (mercadoria)”, declarou ele.

Marcelo Rocha avalia que o cenário é propício a que poucas instituições sobrevivam à atual modalidade de concorrência. “As grandes instituições começam a chegar com o intuito de adquirir as instituições menores”, disse. Como exemplo, ele apontou as uniões da DeVry Brasil com a Ruy Barbosa e Área 1, da Laurete International University com a Unifacs e da Whitney University com a Unijorge.

A Famettig também tentou firmar, em 2010, uma parceria similar que lhe desse condições de manter as atividades, mas obteve da instituição, cujo norme não foi revelado, uma negativa em fevereiro. Foram realizados vestibulares em dezembro e janeiro, mas as turmas não foram formadas e a instituição viu cair pela metade o número de 1,5 mil alunos, 150 professores e 70 funcionários, referentes a 2009.

Gestão - A presidente da Associação Baiana de Mantenedores do Ensino Superior (Abams), Nádia Viana, lamentou o fechamento da Famettig, “que tem pessoas realmente dedicadas à educação”, mas considerou que houve falhas na gestão. “Não houve expansão da faculdade, do portfólio de cursos, percepção de mercado”, destacou.

Ela disse ainda que as parcerias com instituições estrangeiras não são comerciais, mas educacionais.

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