Paulo Amancio | A Tarde
O senhor assumiu a presidência do DEM na Bahia em um momento peculiar da política nacional, em meio à criação de um novo partido político. Como o senhor pretende dar uma nova identidade ao partido e rearrumá-lo para enfrentar novos desafios?
O senhor acredita ser esse um trabalho fácil, sobretudo quando as oposições minguam a cada dia no Estado?
No dia em que assumiu a presidência do DEM, falou-se que reestruturação, renovação, interiorização do partido e a união das oposições seriam os desafios a serem enfrentados pelo senhor nesse novo posto. Qual a receita para se conseguir tudo isso?
Muita conversa. Ninguém que deseja fazer entendimento deve sentar à mesa dizendo que é candidato. Vou citar como exemplo Salvador, onde nós temos vários nomes em todos os partidos da oposição, muito bons, para disputar a eleição de 2012. No meu partido, tem o deputado ACM Neto, tem o meu nome também, que coloco para ser apreciado. No PSDB, tem o ex-prefeito Imbassahy; o PMDB tem outros nomes, como o ex-ministro Geddel, o Fábio Mota, Marcelinho Guimarães. No PR, tem o nome do ex-senador César Borges. Mas não devemos chegar com nomes, nem aqui nem em lugar nenhum. Devemos sentar à mesa e ver quem tem mais condições de ganhar e governar com o conjunto das oposições apoiando. Em Salvador, por exemplo, nós seremos contra o candidato de João Henrique. Queremos mudar o projeto, a forma de governar Salvador, que já não está deixando mais as pessoas felizes.
O senhor abriu mão de eleição praticamente garantida para a Câmara Federal para se candidatar ao Senado. O que esse comportamento sinaliza para o seu futuro político? Já tinha a intenção de se candidatar a prefeito?
Eu já tinha a intenção de disputar a eleição em minha cidade se os partidos entenderem que eu possa ser o nome para disputar a Prefeitura de Salvador. Salvador precisa de um choque de ordem, de eficiência, de administração que valorize as leis e estruturas municipais. Salvador é hoje uma cidade estrangulada, com o trânsito caótico. Você não pode andar, até para não ser assaltado. É uma cidade sem mobilidade.
O senhor é um crítico contumaz do governo Wagner. Na sua opinião, qual o maior defeito e a maior virtude do petista?
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