terça-feira, 29 de março de 2011

Nordeste Operação: desafio agora é permanecer

Plano prevê o reforço de 120 PMs no Nordeste de Amaralina


Leo Barsan | Redação CORREIO
leo.barsan@redebahia.com.br

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Nilton Régis Mascarenhas, apresentou ontem ao secretário da Segurança Pública, Maurício Telles Barbosa, o Plano de Operação de Permanência da PM no Nordeste de Amaralina. Segundo o comandante, 120 PMs vão reforçar o policiamento na região. “A operação foi realizada com êxito, mas vamos atender o chamamento da comunidade, da qual tivemos o apoio total nestes dias de ocupação”, ressalta Mascarenhas.

Segundo ele, a estrutura policial no local contará com helicóptero do Grupamento Aéreo da PM, Polícia Montada, Esquadrão Águia e de batalhões especializados, como o Choque. “Vamos manter esses grupos a fim de continuar na busca de marginais que estão ali infernizando a vida daquelas pessoas. O jogo começou. A PM vai continuar firme e forte”, garante.


Moradores do Nordeste de Amaralina torcem pela permanência do policiamento na região

Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Hélio Jorge, a equipe da 28ª Delegacia, no Nordeste de Amaralina, também será reforçada. “No mínimo, mais dez policiais serão incorporados e farão frente às investigações. O trabalho continuará sendo realizado com base na investigação e suporte do setor de Inteligência para identificar pessoas que estão causando problemas na comunidade e retirá-las de circulação”.

Desejo
A permanência dos policiais na comunidade é um dos desejos dos moradores do Complexo do Nordeste. A cabeleireira Simone de Souza, 37 anos, levava a filha de 3 anos para a escola, no Nordeste de Amaralina, ontem pela manhã, segundo ela, com mais tranquilidade. “Estava muito preocupada com a minha filha no meio de tudo isso. Espero que a polícia fique e a paz reine sempre. Este final de semana nos deu uma sensação gostosa de tranquilidade. É disso que precisamos”, define.

Já o aposentado Carlos Lima, 59, espera que a presença da polícia no bairro traga de volta à comunidade aquilo que ele tem apenas nas lembranças. “Quando eu nasci, pegava areia no Areal para enfeitar a casa. Eu era menino e empinava pipa, todo mundo batia papo. Dá saudade da nossa liberdade. Hoje sou desconhecido em meu próprio bairro por causa da bandidagem”, lamenta. “Com eles (os policiais) aqui, estou com a sensação boa, mas tem que melhorar muito. Se não mantiver, volta tudo. Tem que dar emprego a essa gente”, reflete.

Segundo o secretário da Segurança, a Base Comunitária de Segurança vai permitir a entrada de outros setores sociais no bairro. “Vimos alguns problemas, a exemplo da falta de serviços públicos essenciais exatamente pela questão da insegurança. Com a implantação da Base chega também a limpeza pública, a saúde, a moradia digna, o lazer e a educação”, acredita.

A parceria da comunidade com a SSP deve ser ampliada. “Essa integração é louvável. Foram mais de 200 ligações para o Disque-Denúncia nos últimos três dias que nos permitiram alcançar alguns criminosos”.

Estudo indica as áreas onde polícia atuará
Para combater o crime, informação. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça, em parceria com o Instituto Sangari, revelou quais as cidades mais violentas do país, com base nos números de homicídios registrados pela Polícia Civil dos estados. Simões Filho, na Região Metropolitana, ficou em segundo lugar. Os dados estão servindo para nortear as ações da SSP e orientar a implantação das bases comunitárias.

“Uma série de fatores contribui para que as pessoas entrem no mercado da droga, da prostituição, do narcotráfico. Queremos atuar em todas as formas para evitar isso. E segurança pública é essencial. Vamos entrar nas comunidades para evitar que os jovens continuem a morrer”, garante o secretário Maurício Barbosa.

Nenhum comentário: