sábado, 9 de maio de 2009

Britto rebate Mendes: Juiz não pode ficar encastelado em torre de marfim

Da Redação - 08/05/2009

O debate sobre a aproximação entre sociedade e Judiciário voltou a esquentar depois de o ministro Gilmar Mendes, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ter dito que juizes não devem ouvir o "sujeito da esquina" ao tomar decisões.

Nesta sexta-feira (8/5), o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, rebateu Mendes, ao afirmar que magistrados não devem ficar "encastelados em torres de marfim" e distantes da realidade.

Britto ressaltou que o papel do advogado muitas vezes é atuar como "porta-voz das ruas" e que nesse trabalho pode se deparar com a arrogância de "alguns juízes".

Apesar de não ter citado nomes, a declaração de Mendes foi interpretada como uma resposta ao ministro Joaquim Barbosa, que durante discussão no plenário do Supremo o desafiou a ir "às ruas", pois estaria "destruindo a imagem do Judiciário brasileiro" com seu estilo midiático.

Outro ponto de controvérsia levantado por Cezar Britto foi a defesa que Gilmar Mendes fez do ingresso na magistratura através de concurso público, em suposta crítica velada ao quinto constitucional.

Ele questionou a coerência de Mendes, uma vez que ele não é juiz de carreira, tendo sido indicado para o STF depois de comandar a AGU (Advocacia Geral da União). "A ausência desse requisito não o impede de ser ministro do STF em sua plenitude", afirmou.

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