segunda-feira, 2 de maio de 2011

Depois de nove anos estagnada, rede de lanchonetes encontra a receita do sucesso

Consumidores ouvidos pelo CORREIO apontam o atendimento como o ponto fraco da Subway

Foto: Evandro Veiga

Rede americana é concorrente da Mc'Donalds

Victor Longo|Redação CORREIO
victor.longo@redebahia.com.br

Qual o tipo de pão? Quinze ou 30 centímetros? Qual o sanduíche? Queijo cheddar, prato ou suíço? Alface, tomate e cebola? Pimentão, azeitona e picles? Qual o tipo de molho? Cada vez mais no cotidiano do brasileiro, essas perguntas têm tomado shoppings, supermercados, postos de gasolina, praças de alimentação e esquinas de 150 cidades e 23 estados do país, além do Distrito Federal, revelando uma fórmula de sucesso no setor de alimentação.

Situada entre as melhores marcas para investir em franquias por publicações internacionais do ramo, a rede de sanduíches fast food Subway apostou na simplicidade como principal ingrediente e deu a volta por cima no mercado brasileiro, depois de anos sem êxito.

A fórmula não é complicada: a ideia de uma alimentação menos calórica e mais saudável, que os fast foods convencionais não oferecem, aliada aos sanduíches customizados - cada cliente monta o seu - tem agradado muito aos consumidores. Como é o caso da estudante de Psicologia Carolina Rangel, 26 anos. “Aqui é mais saudável e mais gostoso”, garante, explicando porque preferiu almoçar na Subway do Rio Vermelho, em vez de ir ao McDonald’s que fica ao lado.

FRANQUIAS
Franqueado da rede Subway, Matheus Matos já abriu duas lojas e pretende investir em outras no futuro. “Com a Subway, abri meu próprio negócio e valeu muito a pena”, assegura. As investidas de Matos foram possíveis graças à implantação de um programa de franquias menos custoso, que garantiu o sucesso do grupo, aliado a um sistema de operação simples e rápido - como mandam as regras deste tipo de lanchonetes.

“Hoje, abrir uma franquia da Subway custa a partir de R$ 200 mil. Como temos aberto lojas menores, acima de 25 metros quadrados, o gasto com manutenção é mais baixo. Também é preciso contratar menos, já que a operação é simples. Os vendedores só manipulam os alimentos para compor os sanduíches, colocar no forno rápido e pronto”, detalha o agente de desenvolvimento da Subway na região Nordeste, Frederico Lanat.

Outro ponto fundamental para o êxito foi a contratação de executivos que mantêm vínculo direto com a matriz, nos Estados Unidos. Os chamados agentes de desenvolvimento, como é o caso de Lanat, são responsáveis por coordenar os franqueados, bem como as ações do grupo em determinada região, com as orientações internacionais.

CRESCIMENTO
A mudança garantiu o crescimento da marca no país nos últimos oito anos, apesar de ter chegado ao Brasil em 1994. De cerca de 40 lojas no final da década de 90, a Subway fechou 2002 com só duas em atividade. Abrindo lojas dentro de postos de gasolina e até de hipermercados, o grupo superou o McDonald's em número de restaurantes no mundo em 2010 e pretende ser líder no Brasil já no final deste ano, chegando a 750 lojas - hoje são 590. O ritmo é acelerado: a rede abre 12 lojas por mês. No Nordeste, a ideia é pular de 105 para 125 unidades até o fim do ano.

O agente de relações públicas do grupo em Connecticut (EUA), Les Winograd, assegura que crescer mais no Brasil é prioridade. Para tanto, a Subway quer atrair as classes C e D com promoções cada vez mais agressivas, como a do sanduíche de peito de frango, que hoje sai a R$ 4,95 (os outros custam R$ 8, em média). O público cativo da rede é jovem, costuma ter entre 16 e 40 anos, mas ainda é predominantemente das classes A e B.

Procurado pelo CORREIO, o McDonald’s, principal concorrente da Subway, informou estar atento e investir constantemente em “inovações do cardápio, como a redução de gordura trans”.

Clientes: atendimento tem falhas
Consumidores ouvidos pelo CORREIO apontam o atendimento como o ponto fraco da Subway. Mas, os gestores garantem que o treinamento de funcionários é um dos focos de investimento para os próximos anos. A publicitária Tiana Duarte, 28 anos, costuma ir à Subway e gosta dos produtos, mas enumera os problemas. “É comum que os atendentes façam os sanduíches de qualquer jeito ou olhem com cara de quem não quer estar ali para o cliente”. Quem concorda com ela é a funcionária pública Célia Cavalcanti, 49, entrevistada enquanto almoçava no McDonald’s do Rio Vermelho. “Preferi aqui porque os funcionários da Subway não são muito bem treinados e te atendem mal”. Ela confessou, porém, que não gosta do sanduíche do McDonald’s.

“Hoje, nosso foco é o treinamento de nossos atendentes”, destaca Frederico Lanat, agente de desenvolvimento da Subway.

Nenhum comentário: