Discursos contra a violência marcam entrega do Troféu Raça Negra em SP
A festa da décima edição do Troféu Raça Negra, realizada na noite de anteontem, foi marcada por discursos contra a violência em São Paulo e a pobreza no país e no mundo.
A edição especial, em celebração aos dez anos do prêmio, chamado de "Oscar" da comunidade, contou com a presença de Bernice King, filha do líder negro Martin Luther King.
O norte-americano, assassinado em 1968 aos 39 anos, foi o grande homenageado da noite. Seu discurso "I have a dream", de 1963, em prol da igualdade racial, foi tema do evento.
Bernice, que aceitou o troféu em nome do pai, celebrou em sua fala as conquistas da comunidade negra desde então, como a eleição e a reeleição de Barack Obama à presidência dos EUA.
"Mas não devemos ficar satisfeitos enquanto tantos afrobrasileiros e afroamericanos estiverem vivendo na marginalidade e na pobreza", disse ela.
O prêmio é organizado pela Afrobrás (Sociedade Afrobrasileira de Desenvolvimento Sócio Cultura) e pela Faculdade Zumbi dos Palmares.
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Foram homenageados ainda o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, a jornalista Gloria Maria e os músicos Martinho da Vila e Carlinhos Brown, entre outros.
O diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, também recebeu o troféu e agradeceu em nome do jornal.
Ficou a cargo de Mano Brown, do grupo Racionais MC's, a principal crítica da noite.
"Estamos na cidade mais racista do Brasil, onde morrem por dia centenas de jovens negros. E o governador Geraldo Alckmin vem a público e fala que a população é gigante e o que está morrendo é muito pouco", disse o rapper.
Pela primeira vez desde que assumiu o governo em seu primeiro mandato, em 2001, Alckmin não compareceu ao evento. A secretária de Justiça e Cidadania, Eloísa Arruda, o representou.
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