NO PARÁ
William Maia - 07/04/2009
A Justiça do Pará anulou o julgamento que resultou na absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, morta em fevereiro de 2005.
De acordo com informações do TJ-PA (Tribunal de Justiça do Pará), a decisão da 1ª Câmara Criminal de Belém também invalidou a condenação do pistoleiro Rayfran das Neves Sales, que confessou ter sido o autor dos tiros que vitimaram a missionária.
Além de determinar a realização de um novo júri popular, os desembargadores decidiram que Bida deverá ficar preso até esse novo julgamento —que será o terceiro, uma vez que no primeiro júri ele foi condenado a 30 anos de prisão.
A decisão desta terça-feira (7/4) veio após uma apelação do MP-PA (Ministério Público do Pará), que questionou o fato de os jurados terem desconsiderado várias provas dos autos.
Eles teriam levado em conta apenas um vídeo em que as testemunhas de acusação voltaram atrás nos depoimentos prestados à Justiça e negaram o envolvimento de Bida. Segundo a acusaçaõ o fazendeiro teria prometido R$ 50 mil a Rayfran pela morte de Dorothy Stang.
A missionária foi assassinada com seis tiros em Anapu, cidade a 300 quilômetros de Belém, em fevereiro de 2005. Ela trabalhava com a Pastoral da Terra e comandava o programa em uma área autorizada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e teria entrado em conflito com os fazendeiros pelos controle de terras.
Já Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, que também é suspeito de ser mandante do crime, espera seu julgamento em liberdade desde fevereiro, quando obteve habeas corpus no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). Ele é o único acusado de envolvimento no crime que ainda não foi julgado.
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